Ray tracing: como essa tecnologia pode impactar os gráficos do PS5
Recurso visual promete deixar imagens muito mais realistas na próxima geração de consoles
SSD, áudio 3D, retrocompatibilidade, 8K… Tudo isso a gente já está cansado de saber o que é. Mas dentre as muitas novidades confirmadas pela Sony para o seu console de nova geração uma chama a atenção por não ser tão difundida junto ao público: o ray tracing. A ideia é que ela seja um salto importantíssimo de qualidade visual nos próximos anos.
É claro que se você é um cara super ligado em tecnologia, já sabe do que se trata, mas para os leigos é interessante ter uma noção do quanto isso pode fazer a diferença e impactar muito a capacidade gráfica do PlayStation 5. O MeuPlayStation vai tentar resumir e simplificar as coisas. Para começar, tudo tem a ver com iluminação e renderização de imagens.
Rasterização x Ray Tracing
Mas antes de explicar o que é o ray tracing, vamos falar da tecnologia atual, a rasterização. Ela é a forma de renderizar imagens que os consoles dessa geração utilizam, e funciona assim: os processadores gráficos do aparelho calculam como os muitos triângulos que compõem modelos 3D deveriam parecer convertidos em pixels e imagens planas em 2D.
Para iluminar esses elementos, é criada uma fonte de luz virtual, que simula raios de luz para os pixels, influenciando na cor e no brilho do que aparece na sua tela. Mas é difícil ser realista, porque a luz nesse caso funciona quase como uma linha reta, iluminando os lados dos objetos próximos da fonte e projetando uma sombra do outro lado; bem diferente da vida real.
O ray tracing entra na jogada para mudar isso. Ao invés de simplesmente traçar uma linha da fonte para o objeto, ele faz o caminho inverso: calcula, a partir do ponto iluminado, de onde a luz está vindo e o trajeto dela até cegar lá. A cor de cada pixel é calculada com base nesses objetos da cena, na relação entre eles e no número, tipo e posição das fontes de luz.
Parece loucura, mas há diversos algoritmos para identificar como a luz incide sobre cada cor, cada tipo de objeto. Por isso, o nome é “traçado de raios”. Porque eles conseguem visualizar até o quanto a luz salta, reflete e por aí vai. Só que, obviamente, para isso é preciso ter um poder de processamento muito, muito maior.
O que isso muda?
Bom, mas vamos ao que interessa: em que todo esse trabalho pode melhorar os gráficos do PlayStation 5? A Nvidia já respondeu um pouco dessa pergunta com a adoção do ray tracing em algumas placas de vídeo mais recentes para PC. O desempenho de Battlefield V, que foi um dos primeiros jogos a usar a tecnologia, é um baita exemplo.
O vídeo acima mostra um dos grandes benefícios da tecnologia. Os reflexos são muito mais reais. Hoje, quando você olha para um espelho ou poça d’água em um jogo, no máximo vê um tipo de imagem borrada – e, as vezes, nem isso. Com o ray tracing, é possível fazer, de fato, o reflexo ser “real”. Em tempo real e com a mesma qualidade gráfica da imagem original.
Já pensou em um jogo de stealth, por exemplo? Ter que se preocupar que um inimigo pode te ver pelo reflexo no espelho? Ou vice-versa? Metro Exodus é outro jogo recente que possui um excelente uso do recurso, com imagens lindas, sombras mais realistas e um ambiente que tem um “feeling” muito mais real, graças à iluminação.
O site Tech Spot fez até um benchmark do visual do jogo usando as placas GeForce RTX, que levaram o ray tracing para jogos de PC, e os resultados são incríveis. O vídeo oficial da Nvidia demonstrando a iluminação do game também impressiona. A comparação das cenas com RTX desligado e ligado mostra bem a diferença que ele faz. Tudo parece “mais vivo”.
O ray tracing não é novo, e vem sendo usado em efeitos especiais de Hollywood há um tempo, mas nos games ainda está engatinhando. A lista de jogos que suportam a tecnologia no PC, já divulgada pela Nvidia, ainda é pequena. Porém, é bem provável que os exclusivos do PS5, que virão nos próximos anos, já utilizem o recurso.
Animador, não?