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[Prévia] Final Fantasy VII Rebirth está pronto para ser um dos melhores games de 2024

Os dois primeiros capítulos do RPG mostram que a Square Enix usou todas as suas armas para conquistas aos fãs

por Felipe Gugelmin
[Prévia] Final Fantasy VII Rebirth está pronto para ser um dos melhores games de 2024

Faltando poucas semanas para a estreia de Final Fantasy VII Rebirth, você provavelmente já se decidiu se vai ou não investir no game. Com uma campanha de divulgação intensa e um ciclo de prévias bastante generoso, ele promete ocupar com facilidade um lugar entre os melhores títulos de 2024.

No entanto, jogar seus momentos iniciais revela uma aventura que supera muitas das expectativas que pudemos criar a partir de nossa prévia anterior e do Remake de 2020. A convite da Square Enix, o MeuPlayStation viajou até Los Angeles para conferir os dois primeiros capítulos da versão final do jogo.

 

Em um evento reservado para jornalistas, que contou com a presença do diretor Motomu Toriyama e do produtor Yoshinori Kitase, tivemos a oportunidade de conferir mais de quatro horas da sequência. E ficamos felizes em dizer que esse foi um tempo que passou voando, permitindo arranhar somente a superfície da aventura e deixando o desejo de se aprofundar ainda mais nela.

Final Fantasy VII Rebirth retorna ao passado

Durante nosso tempo com o game, tivemos acesso a duas seções muito distintas entre si, sendo que a primeira delas já foi explorada em nossa prévia anterior do RPG. O título começa transportando os jogadores para cinco anos no passado, quando Cloud Strife e o Soldado de Primeira Classe Sephiroth precisam investigar eventos no reator da pequena Nibelheim.

Entrecortado por alguns comentários de personagens que estão no presente, esses trechos são eficazes em mostrar o processo da transformação de Sephiroth em um vilão. No entanto, não é somente ele que é alterado pelos eventos traumáticos que ocorrem. O próprio Cloud é mostrado como um jovem animado e otimista, cuja personalidade acaba sendo abalada por momentos trágicos.

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Sem entrar em grandes spoilers da história, basta afirmar que ela é bastante fiel ao jogo original e, graças a tecnologias modernas, se apresenta de forma ainda mais dramática. Os visuais atuais permitem ver com detalhes a expressão de desespero do protagonista conforme seu mundo desaba e aquele que um dia foi visto como um modelo se revela um assassino enlouquecido.

Também há transformações na duração do trecho, que ganhou novos inimigos e minigames, incluindo um no qual é preciso limpar resíduos de Mako de certos lugares ou tocar um piano. Além disso, o cenário revela a maior aposta de Final Fantasy VII Rebirth na verticalidade, permitindo que os jogadores escalem rochas e pequenos obstáculos para progredir ou encontrar itens e materias escondidas.

Do ponto de vista narrativo, é interessante notar como alguns dos elementos do jogo original foram recriados. Você pode escolher entre entrar ou não na casa da infância de Cloud, visitar a residência de Tifa ou até mesmo mexer em suas coisas íntimas. Cada uma dessas ações rende um comentário de seus companheiros atuais, lembrando que tudo que está acontecendo é uma recontagem da memória do protagonista — que é considerado bizarro caso vasculhe o guarda-roupa de sua amiga.

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Para completar, é aqui que podemos jogar pela primeira vez com Sephiroth, que traz um nível muito mais alto (e magias mais evoluídas) que as de Cloud e conferir os primeiros relances do sistema de sinergia. Em relação ao que vimos na prévia que jogamos em setembro de 2023, as maiores mudanças ocorreram no posicionamento de inimigos e no prolongamento de trechos narrativos.

Também foi estranho observar que, ao contrário da demonstração anterior, aqui não havia a implementação das legendas em português. Enquanto era possível selecioná-las, o jogo todo estava em inglês. Felizmente, isso não é algo que deve se refletir na versão final, que terá menus e diálogos totalmente adaptados a nosso idioma.

Um mundo ainda mais amplo

As maiores novidades de Final Fantasy VII Rebirth começaram a aparecer a partir de seu segundo capítulo. Logo após a ação voltar ao presente na cidade de Kalm, somos introduzidos ao novo jogo de cartas Queen’s Blood, que promete adicionar dezenas de horas de gameplay para muitas pessoas.

Ele tem regras simples, que se baseiam em colocar monstros em um tabuleiro com três linhas de pontuação. Caso você consiga números maiores que seu oponente em pelo menos duas delas, a vitória é sua. No entanto, isso pode não ser tão simples de conseguir, dadas as propriedades únicas de muitas cartas e a maneira como elas devem ser posicionadas.

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Segundo a Square Enix, cada cidade do jogo deve ter alguns oponentes para desafiar, que vão render novos rankings e acesso a um deck mais amplo. O jogador também pode aprimorar sua coleção encontrando novas opções em baús ou visitando lojistas que disponibilizam boosters com diferentes temas.

O começo dessa sessão também deixa claro que a desenvolvedora não quer perder muito tempo com intrigas vazias ou em com reviravoltas que não vão acontecer. Em poucos minutos, a narrativa acaba com uma teoria que os fãs vêm conservando há anos, bem como estabelece que Kalm é uma cidade muito maior do que sua versão original.

Embora ainda seja compacto, agora o local possui marcos como uma torre do relógio, uma grande praça central e uma feira livre com muitos visitantes. Essas transformações fazem com que ele ainda tenha aquele ar de “cidade do interior”, ao mesmo tempo em que parece mais vívido e crível do que a pequena praça e hospedagem que o formavam em 1997.

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O local também está mais envolvido com a trama central de Final Fantasy VII Rebirth, que mostra que a Shinra não deixou de lado a perseguição à Avalanche. Quando as forças da empresa invadem o local, somos obrigados a fugir pelo subterrâneo, finalmente nos levando ao momento no qual o mundo do RPG realmente se abre.

Vá para onde você quiser (com algumas restrições)

Embora o mundo aberto de Final Fantasy VII Rebirth possa ser explorado com certa liberdade desde o momento que saímos de Kalm, isso acontece com algumas restrições. O jogo não segue a “escola Breath of the Wild”, onde tudo é liberado logo de cara, mas, sim, a de outros títulos em que é preciso seguir a história principal antes de destravar as possibilidades centrais oferecidas.

No caso de Rebirth, é preciso completar algumas missões envolvendo Chocobos antes de destravar várias missões secundárias e até mesmo o sistema de viagens rápidas. Felizmente, essas tarefas são relativamente rápidas — embora tenham tomado boa parte do tempo que tivemos disponível para testar o game.

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O objetivo principal do segundo capítulo é atravessar os pântanos para chegar às minas que desembocam na cidade de Junon. No entanto, essa não é uma tarefa fácil: além de Cloud e seus amigos não poderem passar pelo local simplesmente nadando, eles ainda precisam ficar atentos à ameaça da Midgardsormr, uma grande serpente que vive na região.

Vencer esse obstáculo é relativamente fácil, contanto que se mantenha no caminho principal. No entanto, o jogador provavelmente vai querer passar algum tempo investigando as diversas ruínas, casas distantes e construções espalhadas pelo cenário. Nelas, você vai encontrar monstros, novos equipamentos e materias que se mostram bastante úteis.

Mas é somente após o reencontro com o jovem Chadley que Final Fantasy VII Rebirth revela a maneira como lida com seus ambientes abertos em toda a sua capacidade. Depois de falar com ele, o jogador vai destravar missões de caçadas, a coleta de recursos elementais, pontos de investigação e diversas outras atividades paralelas.

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O NPC também continua oferecendo acesso a um simulador de combate repletos de desafios com níveis variados, incluindo encontros ainda mais difíceis com invocações. Agora, elas estão ainda mais complicadas de vencer, e você pode se ver obrigado a realizar algumas missões opcionais para conseguir derrotar versões ligeiramente mais fracas delas.

Tudo isso é liberado a partir da terceira ou quarta hora de gameplay de um RPG que promete passar facilmente das 100 horas. Infelizmente, dado o tempo limitado que tivemos com o game, não pudemos conferir muito disso, seja ativando mais torres que revelam partes do mapa ou perseguindo mini-chocobos em busca de mais pontos de viagem rápida.

No entanto, ficou a sensação de que o mundo de Final Fantasy VII Rebirth realmente tem substância para preencher suas grandes distâncias e grande variedade de cenários. Se as atividades paralelas vão ficar repetitivas, ou facilitar demais o caminho principal, isso é algo que somente o acesso à versão final vai conseguir responder.

Um final estrondoso

Como nosso tempo com Final Fantasy VII Rebirth estava chegando ao final após destravarmos as viagens com chocobos, decidimos que a melhor forma de investi-lo seria indo para o chefe final do Capítulo 2. Uma velha conhecida dos fãs do jogo original, a Midgardsormr continua fazendo dos pântanos a sua casa, e, graças a algumas mudanças de eventos, dessa vez não há como fugir dela.

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Mesmo que o jogo indicasse que o grupo controlado estava dois níveis abaixo do recomendado, enfrentar e vencer a cobra gigantesca ainda se mostrou algo possível. Ela rendeu um confronto bastante desafiador que, em muitos momentos, lembrou a primeira grande batalha de Final Fantasy VII Remake, de 2020.

Após finalmente conseguirmos recrutar um companheiro Chocobo, nos direcionamos para os pântanos que levam a Junon. Enquanto tudo parecia tranquilo em um primeiro momento, não demorou muito para o grupo sentir a presença de Sephiroth rondando a região.

Para tornar tudo mais complicado, uma das ilhas nos quais os personagens procuravam refúgio era, na verdade, a temível serpente Midgardsormr. Ao contrário do jogo original, esse não é um confronto do qual é possível escapar em Rebirth. No entanto, o que se perde em fidelidade, acaba se ganhando em uma ótima batalha contra chefe.

O confronto prova que a Square Enix sabe muito bem como trabalhar com inimigos gigantescos e que possuem diferentes padrões e formas de ataque. Em um momento, você está desviando dos ataques do rabo da serpente, enquanto em outros tenta salvar um personagem que foi abocanhado por suas presas ou envenenado.

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A luta também desafia o jogador a usar os elementos do ambiente para se proteger de alguns ataques extremamente fortes e que podem matar todo o grupo imediatamente. Para tornar as coisas ainda mais complicadas, graças ao tempo limitado da demonstração, estávamos usando um grupo com níveis abaixo do recomendado pelo game.

Felizmente, isso não foi um obstáculo intransponível, provando que Final Fantasy VII Rebirth é bastante flexível em suas recomendações. Depois de muitos ataques especiais, poções e alguns Phoenix Down, a Midgardsormr foi derrotada de um jeito épico. Após uma invocação de Moogles e Chocobos derrubar o resto de sua proteção facial, foi a vez de Barret entrar em jogo.

Usando um Limit Break do personagem, conseguimos dar o tiro de misericórdia bem nos momentos em que o grupo chegava aos limites de sua força. A recompensa foi uma cena de corte impressionante (com referências ao Final Fantasy VII original) e a chegada às minas que levariam à cidade de Junon — momento nos quais palavras nos agradecendo por jogar surgiram na tela.

Falta muito para chegar?

Conforme afirmamos na introdução desta prévia, quem está animado com Final Fantasy VII Rebirth provavelmente não precisa de mais motivos para querer jogar o game. Ao ter a chance de conferir seus dois primeiros capítulos, essa sensação só ficou mais intensa e é difícil não se ver contando os dias para a estreia oficial do RPG.

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Mais amplo, refinado e diverso do que seu antecessor, o título tem tudo para ser uma das experiências mais memoráveis de 2024. A sensação que fica é a de que a Square Enix anotou todas as críticas feitas ao Remake de 2020 e, a partir disso, decidiu encontrar soluções para atender aos desejos dos fãs.

Ainda é cedo para dizer se o game completo vai manter a qualidade de sua introdução, mas tudo o que jogamos até o momento nos dá perspectivas muito boas. Um exclusivo do PlayStation 5, Final Fantasy VII Rebirth estreia no dia 29 de fevereiro. Fique ligado no MeuPlayStation para uma cobertura completa do lançamento, com direito a reviews, listas e muito mais.

Viajamos a Los Angeles para jogar Final Fantasy VII Rebirth a convite da Square Enix