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O PlayStation 5 tem um novo chipset — o que muda no console com isso?

Lançada na Austrália, a leva mais recente da plataforma traz o chip Oberon Plus de 6 nanômetros. Vale a pena esperar que ela chegue por aqui?

por Felipe Gugelmin
O PlayStation 5 tem um novo chipset — o que muda no console com isso?

No começo de setembro de 2022, começaram a circular pela internet informações de que a Sony havia realizado uma grande mudança no PlayStation 5. Não somente a empresa teria modificado o sistema de resfriamento do console, como já havia feito no passado, como ela teria passado a oferecer aos consumidores um chipset e uma placa-mãe com tamanhos reduzidos.

Felizmente, não demorou muito para que essas informações se comprovassem e alguém colocasse a mão no novo modelo, que parece restrito à Austrália no momento atual. O YouTuber Austin Evans publicou um vídeo em que não somente abre a nova versão do console — identificada pelo código CFI-1202B (CFI-1200) em sua versão exclusivamente digital —, como fez alguns testes técnicos com ele.

Os resultados provaram que a Sony realmente havia apostado em uma diminuição das peças e em um novo sistema de heatpipes — aqueles canos de metal que se conectam ao processador para dissipar o calor produzido por ele. Na parte dos testes, a principal diferença era o consumo energético: o novo modelo consumia de 20W a 30W a menos em média do que as versões anteriores do console, algo que com certeza deve ajudar na conta de luz dos consumidores.

No entanto, coube ao site Angstronomics fazer uma descoberta que Austin não foi capaz, mesmo colocando o modelo CFI-1202B em uma imensa máquina de Raios-X. O veículo foi o responsável por confirmar que a versão mais recente do PlayStation 5 traz um chipset completamente novo, conhecido como Oberon Plus, baseado em uma microarquitetura de 6 nanômetros — a versão original do console se baseia no Oberon, de 7 nanômetros.

Uma nova arquitetura para um console mais poderoso? Não necessariamente

Ao menos no papel, o Oberon Plus tem tudo para ser uma versão mais poderosa do PlayStation 5. A diferença de desempenho não chegaria a resultar em um modelo Pro, necessariamente, mas ele poderia trazer menos engasgos graças ao aumento de 18,8% em sua densidade lógica, que destravaria um poder ainda maior para os usuários.

No entanto, na prática as coisas são bem diferentes: embora o Oberon e o Oberon Plus tenham nomes e características distintas, na prática eles atuam quase como o mesmo chip. O “quase” é explicado pelo motivo de que sim, o novo chip traz vantagens, mas elas se concentram essencialmente no consumo de energia.

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(Fonte: Divulgação/Angstronomics)

O tamanho reduzido do chip permite que ele seja mais eficiente do ponto de vista energético, usando uma quantidade menor de eletricidade para fornecer exatamente a mesma experiência de games. Enquanto é comum que aparelhos pertencentes às mesmas linhas do PlayStation 5 — que até então eram a 1000 e a 1100 — variem um pouco em seu consumo, a nova linha 1200 deve trazer uma diminuição nas exigências de energéticas de forma consistente.

As mudanças feitas pela Sony também permitiram que ela mantivesse o mesmo chassi de tamanho generoso usado nas outras versões, mas reduzisse consideravelmente o peso do aparelho. Com uma placa-mãe menor e um chipset que gera menos calor, a companhia conseguiu reduzir a quantidade de metal usado em seu sistema de refrigeração, gerando uma redução de 500 gramas no peso final do console.

A mudança feita pela empresa japonesa é bastante semelhante àquela que a Nintendo fez no Nintendo Switch a partir de 2018. Apostando em um chipset mais eficiente, a companhia conseguiu diminuir os custos de produção do portátil ao mesmo tempo em que, consumindo menor energia, ele quase dobrou as horas de jogatina em uma única carga que é oferecida ao público.

Revisão traz diversas vantagens para a Sony

O modelo 1200 do PlayStation 5 também mudou o reposicionamento do espaço para expansão de SSDs oferecido pela Sony, facilitando a instalação do componente. O aspecto mais polêmico deve ser a nova posição da bateria CMOS, que agora é coberta pelo heatsink e não pode ser acessada sem que o modelo seja totalmente desmontado.

Na prática, isso pode gerar alguns problemas de manutenção a longo prazo, dificultando a substituição da peça conhecida por falhar em modelos anteriores do PlayStation. No entanto, ainda parece ser bastante cedo para fazer qualquer veredito nesse sentido, dada a falta de provas que comprovem essa teoria.

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(Fonte: Reprodução/Austin Evans)

O que está certo é que, no fim das contas, a principal beneficiada pela mudança de hardware deve ser a Sony. A nova microarquitetura do Oberon Plus deve permitir que a empresa tenha um rendimento maior de chips por wafer de silício que sai de sua linha de produção, diminuindo de maneira bastante efetiva os custos de fabricação do console.

Além disso, a companhia vai economizar custos nos materiais usados em outros componentes, como o sistema de refrigeração e placa-mãe do console. Isso também abre espaço para que, em um futuro não muito distante, ela também lance o aguardado modelo slim do PlayStation 5, diminuindo as generosas dimensões ocupadas pelo aparelho.

No entanto, essa área ainda depende de alguns avanços: antes de apostar em um espaço com menos fluxo de ar, a Sony tem que garantir que os componentes internos do aparelho continuem trabalhando com temperaturas seguras. Caso contrário, isso pode resultar em um produto que repete o famoso “modo turbina” do PlayStation 4 ou, nos piores dos casos, gera situações em que o console deixa de funcionar e tem suas partes internas prejudicadas pelo calor excessivo.

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(Fonte: Divulgação/Angstronomics)

Segundo o Angstronomics, o novo modelo CFI-1200 já resultou em uma queda de custos de 12% para a Sony, que teria decidido retirar as demais variações do PlayStation 5 de suas linhas de produção. A mudança surge em um momento no qual a companhia anunciou aumentos de preços do produto para a Europa e diversas regiões da Ásia, fazendo muitos consumidores passarem a acreditar que isso aconteceu muito mais por um desejo de aumentar margens de lucro do que como forma de compensar perdas inflacionárias em suas linhas de fabricação.

Vale a pena esperar pelo PlayStation 5 1200?

Embora realmente traga um chipset aprimorado, o modelo CFI-1200 é essencialmente um refinamento do PlayStation 5 e, não necessariamente, uma versão mais poderosa dele. Dá para dizer que essa é a melhor versão do console já lançada até hoje, sem dúvida, mas isso acontece muito mais por critérios como consumo energético e aquecimento do que por desempenho bruto.

Dito isso, quem está pensando em pegar o console no final do ano deve esperar pela chegada do novo modelo ao Brasil? Não necessariamente. Primeiro porque, devido à maneira como a Sony distribui seus consoles pelo mundo — e à falta de unidades em algumas regiões —, não há como saber ao certo quando as primeiras unidades renovadas chegam ao país.

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(Fonte: Reprodução/Austin Evans)

Ao mesmo tempo, decidir esperar por isso pode significar ter que abrir mão de algumas ofertas bem interessantes que já estão disponíveis no mercado. O bundle do PlayStation 5 com leitor de disco e com Horizon Forbidden West, por exemplo, traz o modelo CFI-1114A do console, que ainda não conta com o novo chipset.

Na prática, os benefícios de esperar pelo novo modelo devem ser uma conta de luz ligeiramente menor, mas eles vão demorar para se mostrar — e a perda de uma promoção interessante pode fazer com que isso demore muito mais tempo. Caso houvesse uma diferença real de desempenho em jogos, a espera seria bastante justificada; no entanto, se você está ansioso para colocar as mãos no console, os modelos que já estão disponíveis nos lojistas continuam sendo uma ótima opção de investimento.