[Opinião] Por favor, joguem Death Stranding!
Nova obra de Hideo Kojima pode ser um marco para os games
Death Stranding é uma obra de arte.
Algum tempo atrás, eu fiz um texto dizendo que ele não era pra todo mundo – e, realmente, não é. Mas, caso você tenha pelo menos curiosidade, não deixe de aproveitar esse jogo. O trabalho de Hideo Kojima é épico. Não à toa ganhou nota 9,5 aqui no site.
Os últimos três anos foram de grandes expectativas. Dá para ver pela quantidade de textões que nós fizemos aqui. Foram várias buscas no Reddit, publicações no grupo Death Stranding Brasil no Facebook, teorias feitas na mente a cada trailer…
E, agora, com o destino de Sam Porter Bridges já descoberto, dá para dizer que valeu cada segundo dessa experiência. Afinal, é como diz aquela famosa frase: a felicidade não está no destino, e sim na jornada (ou algo do tipo).
Por que?
Primeiro, o elenco. É inacreditável como Kojima conseguiu reunir tantas estrelas num game. Com atuações incríveis. Léa Seydoux é impecável como Fragile. Mads Mikkelsen dá vida ao seu personagem, Cliff, de forma memorável. Sem falar em Norman Reedus, Lindsay Wagner, Margaret Qualley, Tommie Earl Jenkins…
A construção de cada personagem é muito bem feita, detalhada e cria um clima ainda mais imersivo para o desenvolvimento da narrativa – que é envolvente por si só, especialmente, claro, quando as peças do quebra-cabeça vão se juntando.
Para quem acompanhou os três anos de teorias e trailers, algumas coisas foram fáceis de pegar. Mas até esses momentos têm contornos especiais, pela forma como são contados. Sem falar nos plot twists e nas surpresas que ninguém realmente imagina.
Segundo, a trilha sonora. Se esse jogo não ganhar vários prêmios de soundtrack, não vou entender legal, não. Tanto as canções originais, feitas pro álbum Death Stranding Timefall (o que já é algo espetacular por si só), quanto nas trilhas do jogo em si, é tudo perfeito.
O Tema do BB, Asylums for the Feelings do Silent Poets, Death Stranding do CHRVCHES, as canções do Low Roar… Tudo isso ajuda demais na imersão. Até a forma de desbloquear as músicas é incrível, conforme você vai explorando algum determinado cenário.
Duvido que, quando você zerar o jogo, não vai ficar com, pelo menos, umas três ou quatro delas na sua playlist do Spotify, Deezer ou algo do tipo, por um bom tempo.
Terceiro, a narrativa. Eu sou fã de jogos com boas histórias. Até agora, achei o novo God of War o melhor jogo da geração muito por causa disso – além dos gráficos impressionantes, a jogabilidade inovadora para o personagem e a ousadia da Sony Santa Monica.
Com Death Stranding é a mesma coisa. A história é bem bacana, mesmo com alguns pontos, na minha opinião, tendo sendo menos trabalhados do que mereciam, e outros detalhes muito fáceis de pegar. Só que, mais do que isso, o que encanta é a narrativa.
A história, talvez, não seja nota 10, mas a forma de contá-la, sem dúvidas, é. O desenrolar dos fatos é muito bem feito. Há cenas épicas. Diálogos inesquecíveis. Tanto com a emoção quanto no humor.
Quarto, os likes. O tal “strand system” de Death Stranding é um grande acerto. Impressiona como Kojima implantou o conceito e fez o mundo do jogo ser mais vivo do que qualquer coisa que já vimos até hoje no cenário.
Inclusive, a jogabilidade do título é muito melhor do que certos profetas do Apocalipse diziam. Há combates bem legais, a tensão com as BTs é um show à parte, as MULAs procurando por você a todo tempo, as dificuldades de planejar cada trajeto para a entrega…
A grande questão aqui é como o jogo é “inovador”. Pode não ter sido o primeiro a fazer nada disso, pode ter sido. Mas o “pacote” que ele entrega, com tanta coisa “nova” junta faz com que a jornada seja inesquecível.
Quinto, as memórias. É incrível como Hideo Kojima, mais uma vez, deixou tudo na nossa cara nos trailers e, mesmo assim, não percebemos muitas coisas. Como ele colocou cenas cruciais do jogo nos vídeos de divulgação e o quanto é legal sentir isso ao jogar.
Você olha certos momentos e pensa: “caramba, ele realmente mostrou essa cena antes”. E até confirma ou descarta alguma teoria. Claro, isso é algo que só quem acompanhou todos esses detalhes dos últimos anos vai sentir. E foi o meu caso.
Quando você entende a “Praia”, conhece os personagens e junta as peças desse quebra-cabeças, a sensação é recompensadora. Algo que, talvez, nenhum outro jogo tenha me proporcionado até hoje.
De novo: jogue Death Stranding!
Se você tiver alguma curiosidade, jogue. Não veja apenas os vídeos no YouTube, nem ouça opiniões dos outros (inclusive aqui do site). Espere uma promoção, talvez. Deixe ele custar menos de R$ 100 que seja. Mas não deixe de jogar Death Stranding.
É impossível ficar alheio a esse jogo. Provavelmente, haverá quem odeie. Ache chato. Outros vão amar – como foi o meu caso. Mas, dificilmente, teremos alguém que fique indiferente. Por isso, por favor, jogue Death Stranding.
Você vai ler algumas pessoas reclamando do ritmo do jogo – que, realmente, é mais lento na primeira metade. Vai ter quem fale que o gameplay tem problemas – que, realmente, existem. Não, ele não é um jogo perfeito. Sim, é um game que vai dividir opiniões.
Por isso, é importante que você tenha a sua. Não acredite que ele é genial porque eu estou falando, nem que ele é chato porque é o que disse seu youtuber favorito. Jogue. Tire suas próprias conclusões. Vale a pena. Gostando do resultado ou não, vale a experiência.
E esse post não tem nenhum intuito comercial (apesar de você poder comprar o seu nesse link e dar uma forcinha pra gente)! É só uma opinião de alguém que ficou impressionado ao ver os créditos subindo depois de dezenas de horas de “entregas” regadas a Monster.
Não esqueça: o amanhã está nas suas mãos. E, se depender de Death Stranding, ele vai ser muito bom para todos que amam games. A nova obra de Hideo Kojima colocou o sarrafo lá em cima em diversos aspectos dos jogos eletrônicos. Quem ganha com isso é o jogador.