No Man’s Sky: Diário de uma análise – Parte 1
No Man’s Sky chegou na terça-feira e como você pode ver, não temos ainda uma análise do jogo no site. Assim como aconteceu com todos, o envio da cópia de avaliação foi realizada no dia do lançamento, fato curioso principalmente em relação aos jogos da Sony, que geralmente chegam antes.
Somado a isso, temos a proposta do jogo que sugere uma exploração por tantos milhões de planetas que nem consigo imaginar.
Dessa forma, resolvi fazer um espécie de “Diário de uma Análise”, retratando minha experiência com título, contando com alguns episódios e culminando no “relatório” final de viagem. Trata-se também de um relato pessoal.
Nada além de você
Logo que o jogo inicia, você é convidado a pressionar o botão de início… Na verdade não existe qualquer outra opção. Ou você começa ou não, e esta aparente falta informações se repetirá por todo o game.
Sem alternativa, obedeço a ordem sem questionar.
Alguns segundos e estrelas depois, finalmente surge uma nave que precisa de reparos e o controle logo é transferido para mim, sem cenas de corte, sem explicação, sem detalhes, sem nada… A única companheira é uma música bastante animada.
Ao contrário da imensa maioria dos títulos, No Man’s Sky não conta com nenhum tutorial. Somente uma pequena orientação de que eu tenho que reparar minha nave para então seguir para o espaço.
E minha primeira hora de jogo resume-se a este simples objetivo. Consertar meu transporte.
Por que eu faço isso? Na verdade não sei…Mas o senso de descoberta sobre o que está por vir é maior que qualquer obstáculo e simplesmente busco a meta.
O exotraje passa as mínimas sugestões possíveis, informando que posso acessar os menus. Só.
Meio que sem alternativas, começo a tentar entender como tudo se organiza. Três abas: exotraje, nave e multiferramenta. Cada uma delas conta com slots.
Nestes espaços, ao que parece, eu vou conseguir criar tecnologias, melhorar minha ferramenta multifaces e dar upgrades na nave. Interessante.
Os menus me lembram Destiny.
Pois bem, mão à obra!
Para o trabalho eu vou precisar de alguns itens que desconheço quase totalmente, obvio.
Outros já são mais conhecidos: ferro, carbono, plutônio (me lembrou bomba atômica, mas tudo bem), zinco, etc. Já estou me arrependendo de não ter estudado química com mais interesse na escola.
Mas não é só a nave… Algumas partes da multiferramenta também estão danificadas e eu presumo que uma coisa leva a outra. Ou seja, para consertar a nave, primeiro eu preciso reparar a tal e só então eu vou conseguir sair deste planeta…
Me dou conta que estou em planeta inóspito, que mais parece ter sido arrasado por uma guerra nuclear… Lembrei do plutônio.
Como já tinha visto muitas gameplays, lido muitos artigos, pesquisado, escrito, estudado… E outras coisas, tinha ideia que o planeta gerado para mim é completamente diferente do primeiro planeta de algum outro jogador qualquer.
E é nisto que o game tenta ganhar os jogadores. Cada experiência, supostamente, será única.
De antemão, eu já saiba como seria o funcionamento do jogo. Então não foi um choque tão grande a falta de orientação. Mas tento me colocar no lugar de quem viu o mínimo possível…talvez não seria um primeiro contato animador.
Mas, esta sempre foi a proposta… Caberá ao jogador descobrir tudo!
Sobre o meu personagem-herói, nada sei sobre ele. Ele não tem rosto, não sei das suas motivações, seu passado ou como raios ele foi parar ali. Sinto falta de um pequeno contexto.
Então saio para exploração neste planeta inóspito e feio.
O visual não é de encher os olhos. Não espere encontrar aqui algo já visto em outros jogos. Não me incomoda na verdade… Estou mais interessado na coleta de itens.
Com os gatilhos começo a usar o feixe de luz para extrair das plantas e rochas os minerais. Consulto menus várias vezes e só então descubro que necessito de uma tal placa que é criada a partir do ferro. Por sorte ele é abundante.
Jetpack funcionando… Sprint também…. Miro nas rochas… Atiro.
Um sinal de alerta diz que a temperatura está ficando baixa demais e minha energia começa a reduzir… Começo a investigar o problema. Parece que preciso de carbono ou plutônio para restaurar a paz. Sinais me irritam.
Quando de repente começo a sofrer danos mais severos. Estou sendo atacado!
Giro a câmera, procuro inimigos… E não os encontro! Energia reduzindo a níveis perigosos. Desespero começa a aumentar.
Quando percebo que duas sentinelas, uma espécie de Fantasma do Destiny, me atacam sem justificativa.
O que eu fiz?
Rôbos, eu venho em paz!
Revido com meu feixe de laser verde e após algum tempo venço a luta. Mas preciso recuperar as energias da multiferramenta e a minha própria.
Passo muito tempo tentando lembrar dos nomes do itens necessários e vagando na procura de novidades. Tudo ainda é muito novo e desconhecido.
As plantas mais coloridas chamam mais à atenção… Mas elas só tem carbono e dele estou farto. Por sinal, aprendo que meu inventário é bastante limitado e preciso gerenciar com estratégia os itens.
Aos poucos vou entendo que, além de tentar descobrir o que preciso, preciso gerenciar as capacidades da minha arma e esqueleto.
Já estou bem longe da minha nave.
Encontro algumas estações abandonadas, onde consigo salvar meu progresso, coletar mais alguns itens, mas por enquanto, nada de formas de vida. Só aquelas sentinelas que nem voltaram mais.
Este planeta é muito feio… Parece uma caldeira vulcânica. Seria mesmo improvável encontrar algum tipo de raça por aqui.
Depois de um longo tempo, consigo reunir tudo e volto feliz para minha nave! Monto tudo, e percebo que ainda falta combustível. Novamente volto para buscar os itens e então finalmente decolo!
O som aumenta, as batidas aceleram e posso finalmente sentir os céus.
Os controles são simples, nada muito sofisticado. Existe um botão de velocidade, comando para pousar. Fácil.
Com esta nova possibilidade, saio velozmente para o espaço. Em órbita, fico estarrecido ao perceber que “meu” planeta era enorme e que fiquei em uma área mínima. Olho em volta e observo outros planetas ao fundo.
Vish…. Esse jogo é gigante!
Visualizo o Atlas, uma espécie de base espacial e parto para lá na tentativa de encontrar um novo objetivo. Dei com os burros n’ água. A porta de acesso exige um tal pass que eu não tenho.
Então eis que o jogo me sugere encontrar uma suposta base alienígena em outro planeta. Vou para o tal lugar, ainda aprendendo a controlar a nave.
E este lugar é bem diferente! Conta com áreas verdes, vegetações diferentes, água, montanhas. Vou passando de base em base tentando encontrar os recursos para dar upgrade na minha multiferramenta. A esta altura já entendi como o processo funciona.
E esta aí um ponto interessante do jogo. Você começa a se interessar pela exploração. Começa a parar em vários lugares na esperança de encontrar algo novo.
Uma viagem que seria curta, durou muito mais tempo somente por este desejo em querer saber mais sobre o universo.
Finalmente chego à base, onde encontro uma forma de vida, onde aprendo uma primeira frase em outro idioma. O ser vivo me sugere a criação de uma antimatéria para só então voltar ao Atlas.
Ordem recebida com agrado. Navego pelos menus e percebo que para criar um item, precisa de outros ingredientes, que por sua vez precisam de outros… E assim por diante.
Por fim, vou descobrindo que mesmo minimamente, o jogo oferece um norte. Não estou completamente à deriva na jornada.
Depois de algumas horas pesquisando, pulando de locais em locais, finalmente construo um hiperpropulsor que me dará uma velocidade maior nas viagens. Parece bom.
Mas aí o jogo pede para que eu abra o mapa galáctico. Faça sua vontade.
Aparece milhares de estrelas, constelações e sistemas. Percebo que aquele sistema que estava, onde visitei 4 planetas, deixando outros tantos de lado, é apenas um grão neste complexo emaranhado de conexão.
Já estava achando o jogo enorme, mas agora começo a pensar que nunca chegarei ao final dele e fico triste por entregar uma análise pelos próximos 50 anos.
Ao longo de tudo isso, foram cerca de 10h de gameplay. O final ainda está bem longe. Ainda não participei de intensas batalhas, como prometia o estúdio, conheci 5 ou 6 aliens, fiz alguns negócios de compra e venda, poucos upgrades.
As primeiras impressões foram interessantes. Contudo resta saber se o jogo não se tornará repetitivo. Neste tempo já foi possível ver que alguns lugares não oferecem nada de interessante ou algo que justifique um retorno.
Alguns elementos de algumas supostas respostas são encontradas em bases que contam com estações e alguns objetos que permitem interação, mas a questão ainda permanece.
O capítulo dois vem amanhã… Se o infinito quiser.