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Lutadores, legado, Brasil e mais: Ed Boon, em conversa com o MeuPS

Em conversa com MeuPlayStation, Ed Boon faz uma reflexão sobre a série

por Thiago Barros
Lutadores, legado, Brasil e mais: Ed Boon, em conversa com o MeuPS

Em fevereiro do ano que vem, Ed Boon completará 60 anos. Em 2022, o primeiro Mortal Kombat completou 30 anos do seu lançamento. Portanto, já é possível dizer que o seu criador passou mais da metade da sua vida trabalhando em Liu Kang, Raiden e companhia. Poucas pessoas no mundo podem bater no peito para dizer que são tão bem sucedidas em suas carreiras assim.

Imagine só: criar um produto que é sucesso, se renova e vende milhões e milhões de unidades há três décadas. Que transcende a sua área original e se multiplica em diferentes formatos para fidelizar o público ao mesmo tempo que cria novos fãs. Fazer história. Deixar legado. Marcar época. Ou melhor, épocas. No fliperama, nos primeiros consoles, na mais recente geração. Tem noção?

Mortal Kombat Arcade
Mortal Kombat é um dos jogos mais influentes dos videogames.

“Eu tenho uma perspectiva diferente ao assistir ao impacto de Mortal Kombat na cultura pop ao longo dos anos. Provavelmente perdi uma boa parte do hype por estar tão ocupado trabalhando na próxima iteração do jogo enquanto a anterior estava sendo bem-sucedida. Mas depois de tanto tempo, eu ganho um pouco de perspectiva e consigo olhar para trás e reconhecer a influência que Mortal Kombat teve. De vez em quando, tenho um momento em que percebo e penso: uau, aquilo foi realmente grande”.

Essa é apenas a primeira resposta de uma entrevista exclusiva do lendário produtor ao MeuPlayStation. Hoje capaz de reconhecer toda esta marca deixada com muito sangue, Fatalities e Finish Him, Boon destaca que tudo isso é fruto do trabalho de uma equipe apaixonada.

“Seria ótimo se fosse tão simples quanto uma poção mágica. A verdade é que se trata apenas de uma combinação de pessoas muito criativas que são apaixonadas por Mortal Kombat e trabalham duro para fazer o melhor jogo possível. Temos uma equipe única que consiste na maioria dos criadores originais do primeiro jogo, mas também temos membros da equipe que são fãs de Mortal Kombat desde sempre. Os membros mais jovens da equipe trazem uma perspectiva muito fresca em termos de novas ideias e sugestões. A combinação desses membros da equipe resulta em algo novo e nostálgico ao mesmo tempo”.

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Mortal Kombat 1 é um excelente jogo.

Vale destacar que Mortal Kombat é feito pela NetherRealm, criada em 2010 para substituir a WB Games Chicago (antiga Midway). Desde então, já foram lançados Mortal Kombat (2011), Injustice (2013), Mortal Kombat X (2015), Injustice 2 (2017), Mortal Kombat 11 (2019),  e, claro, o recém-saído do forno Mortal Kombat 1. O estúdio tem pouco menos de 300 funcionários, segundo estimativa recente.

Mortal Kombat 1, escolhas difíceis e Kameos

Seguindo os eventos de MK11, mas dando um grande reboot na série, Mortal Kombat 1 traz de volta alguns kombatentes famosos em meio aos inúmeros pedidos dos fãs. Como lidar com isso para chegar a um elenco final?

“Essa pergunta é frequentemente feita. Do meu ponto de vista, é ótimo ter fãs tão apaixonados que desejam ver seu personagem favorito no elenco. Sim, o número de solicitações pode ser um pouco avassalador às vezes, mas isso é um “problema” muito melhor do que não ter ninguém se importando com quem está no jogo. Também é um bom método para nós identificarmos quem são os lutadores mais populares por aí. Existem alguns fatores que determinam quais personagens são incluídos em um jogo de Mortal Kombat. A história é obviamente um grande fator, e a popularidade de cada personagem também é considerada. Também gostamos de incluir alguns personagens inesperados para manter as coisas interessantes”.

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Mortal Kombat 1 – Personagens

Os Kameos ajudaram um pouco nesse aspecto. Afinal, há alguns lutadores que não são 100% jogáveis, mas podem ser aproveitados com o recurso de companion que deixa a jogatina ainda mais imprevisível no novo game.

O sistema de Kameo Fighter é uma combinação de duas ou três ideias que estavam sendo discutidas dentro da equipe no início do desenvolvimento de Mortal Kombat 1. A equipe de design queria ter algum tipo de recurso de assistência para cada personagem, mas não na forma de outro lutador e exclusivo/anexado a um lutador. Eu queria fazer algo que envolvesse adicionar personagens adicionais para ajudar o lutador principal, mas era importante que cada recurso de assistência estivesse disponível para todos os personagens. Isso resultaria em muito mais variedade e opções criativas disponíveis para o jogador. Estamos muito felizes com o resultado e todos os dias vemos maneiras inventivas que os jogadores implementaram os Kameos que não previmos.

Sem falar, é claro, nas aparições de convidados. Em Mortal Kombat 1, por exemplo, teremos Omni-Man e Homelander. Certamente, virão muitos outros por aí. Quem? Bom… O gosto da equipe de desenvolvimento certamente pode indicar alguns favoritos.

O processo de seleção de quais personagens convidados serão adicionados ao elenco de um jogo de Mortal Kombat envolve muitas variáveis. Provavelmente o fator mais influente é o entusiasmo da equipe em adicionar um determinado personagem ao elenco. Se fomos grandes fãs do filme ou programa de TV desse personagem, isso aumenta bastante as chances deles. Depois disso, há questões logísticas, como obter a licença para usar o personagem, tentar incluir a voz autêntica do personagem no jogo e vários fatores nos bastidores que são muitos para listar aqui. Mas o fator mais importante é o entusiasmo da equipe em incluir um determinado personagem no jogo.

Mortal Kombat 1
MK1 já tem seus primeiros convidados.

Segundo rumores recentes, Ghostface também pode aparecer no jogo. Já pensou?

É o Brasa, não tem jeito!

Ah, e não tinha como não falar com Ed Boon sobre a presença dele no Brasil para o evento de lançamento de Mortal Kombat 1 realizado na cidade de São Paulo. Ter o criador da saga no nosso país em um momento tão importante foi bastante marcante. E não somente para nós…

Eu sempre fico impressionado com o nível de paixão que os fãs brasileiros têm por Mortal Kombat. Até hoje, sinto que ainda não compreendi completamente o quão profundo é esse amor. É realmente incrível. Estou sempre feliz em ir ao Brasil e aproveitarei a oportunidade sempre que ela surgir.

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Vale destacar que o Brasil é mesmo reconhecido pela NetherRealm em Mortal Kombat 1. Desde a localização completa do jogo até a skin funkeira de Tanya, disponibilizada para quem adquire o título em mídia física nas lojas locais. Sempre bom ter esse tipo de “karinho”, né?