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Indies: Uma nova ótica sobre este universo

por Hugo Bastos
Indies: Uma nova ótica sobre este universo

Uma pergunta a você, caro jogador. O que pesa mais na escolha de um jogo? Seu valor? A desenvolvedora responsável? Uma análise pós-lançamento? Todas estas opções juntas? Independente do critério de escolha, tendemos a escolher os jogos baseados em critérios que, frequentemente, nos leva a ignorar as produtoras independentes, os famosos jogos indie.

Jogos Triplo-A, com orçamentos na casa das dezenas de milhões de dólares, e anos de desenvolvimento, geram um hype imenso. Objetivam sempre entregar a melhor experiência aos jogadores, algo pelo que se diferenciam dos demais. Por vezes, contudo, infelizmente, não entregam o que prometem. E dessa forma, a frustração dos jogadores se torna um revés para as produtoras.

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A cada novo anúncio, a expectativa e, depois, a frustração.

No entanto, jogos independentes, por geralmente não terem apoio financeiro de uma distribuidora e pouco (ou nenhum) orçamento, também não estão limitados por estas. Pequenas equipes, foco e nenhuma limitação criativa fazem com que jogos independentes sejam conhecidos por inovação, criatividade e experimentação artística.

Vamos conhecer um pouco mais sobre isso…

Os Melhores Perfumes nos Menores Frascos

Jogos independentes, por não dependerem de financiamento, precisam de outras fontes de financiamento. Financiamento coletivo (sendo o mais conhecido o Kickstarter), apoio da comunidade ou mesmo encontrar uma distribuidora. Este último acaba sendo mais complicado, visto que as grandes publishers são geralmente aversas a riscos, e preferem investir em jogos com grande aporte financeiro.

Por conta disso, infelizmente, muitos jogos acabam não fazendo o sucesso necessário para se manterem no mercado. Para aqueles que conseguem o aporte necessário, ainda há o desafio de se manter fiel à sua proposta. Dessa forma, é comum jogos que muito prometem, e pouco entregam (vide um certo jogo espacial recente).

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Com dificuldade elevada, jogabilidade precisa e level design diferenciado, Rogue Legacy se tornou uma das grandes surpresas dessa geração de jogos independentes.

No entanto, existem aqueles que, mesmo sem qualquer alarde, marcam a indústria dos jogos de forma total e permanente. Um bom exemplo é Minecraft, um projeto que se iniciou com apenas uma pessoa, e se tornou uma franquia multimilionária atualmente.

Mas, exemplos mais expressivos temos também em outros jogos. Rogue Legacy, da Cellar Door games, recuperou os US$ 15.000 investidos no seu desenvolvimento em apenas uma hora após seu lançamento. Limbo, da Playdead, foi classificado como exemplo de como videogames são uma forma expoente de arte.

E que dizer de Journey, aclamado jogo da ThatGameCompany. Um jogo independente, minimalista, que mexe com as emoções dos jogadores como poucos. Uma pequena produção, que é considerada um dos maiores jogos de todos os tempos, angariou diversos prêmios de “Melhor Jogo do Ano”, e ainda foi nominado, em 2013, para o prêmio de Melhor Trilha Sonora no Grammy Awards. Feito que nenhum outro jogo, antes ou depois, conseguiu.

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Journey e Limbo são como dois lados da mesma moeda. Propostas similares em ambientes totalmente opostos.

Ainda podemos citar muitos e muitos outros. Braid, com seus desafios baseados na manipulação do tempo. This War of Mine, recentemente lançado como jogo gratuito para assinantes da PSPlus, que trata da realidade cruel da guerra pelos olhos de suas vítimas. Flower e Flow, dois outros jogos da mesma desenvolvedora de Journey. Super Meat Boy, com sua dificuldade apocalíptica. A lista é vasta.

É Indie Mas É Legal

Jogos independentes tendem a ser relegados. Muito por desconhecimento, ou até mesmo por preconceito. Mas bastam algumas horas de gameplay para que a opinião mude. Quando a Sony anunciou, junto com a apresentação do PlayStation 4, seu forte suporte aos desenvolvedores independentes, ela não o fez aleatoriamente.

Ainda assim, há muita reclamação por parte da comunidade de jogadores. Especialmente pelo fato de, em promoções ou mesmo nos jogos gratuitos disponibilizados mensalmente, há uma prevalência grande de games indies. E se faz necessário que esse preconceito seja extirpado de nossas vidas (falando nisso, já leu o excelente artigo, sobre uma PlayStation Plus sem preconceitos?).

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Hotline Miami, e seu sucessor, mostram que um jogos indie podem ter histórias complexas, e um grau de violência elevado, mesmo com gráficos simplistas.

Por isso, o Meu PS4 resolveu atender aos pedidos dos nossos leitores. A partir de agora, daremos mais espaço aos jogos independentes, por meio da coluna “É Indie, mas é Legal”. Vamos analisar mais jogos independentes, de desenvolvedores diversos, com o intuito de mostrar que jogos independentes podem ser tão bons (ou até melhores, em alguns casos) que os famosos Triplo-A.

Fique ligado. Em breve, mais novidades a você.