GOTY 2017: e o Oscar dos Games vai para…?
E o Oscar vai para....
O nome do site é Meu PS4, mas o Videogame Awards é um assunto que transcede qualquer plataforma. Ele reúne as atenções de gamers de todos os locais em uma única apresentação. É o “Oscar dos Games”, onde no lugar do prêmio de “Melhor Filme” todo mundo quer saber quem é o “Game of the Year”. Ou, como a comunidade costuma dizer, “GOTY”. E, em 2017, a disputa parece estar mais acirrada do que nunca.
Por isso, decidimos abordar um pouquinho sobre cada concorrente – independente de eles serem jogáveis no PlayStation 4 ou não. Em 2017, as obras indicadas à maior honra do mercado dos jogos eletrônicos são The Legend of Zelda: Breath of the Wild, Super Mario Odyssey, PlayerUnknown’s Battlegrounds, Persona 5 e Horizon Zero Dawn.
Destas, o redator teve o prazer de jogar quatro. Acredito que seja suficiente para analisar seus pontos fortes e fracos – e compartilhar com vocês.
PlayerUnknown’s Battlegrounds
Começaremos com o game que parece o azarão da história – e único que o redator não jogou. Se tornou uma verdadeira febre em todo o mundo. Disponível para PC, é um game da coreana Bluehole focado exclusivamente no multiplayer. O modus operandi é simples: são até 100 jogadores que caem numa ilha deserta de paraquedas, em busca de armas e equipamentos, com o objetivo de derrotar os outros.
Por que merece ganhar?
PUBG, como já ficou conhecido, é um jogo que cativou uma grande comunidade em pouquíssimo tempo. E o curioso é que ele não é nem uma versão final ainda. O jogo chegou ao Steam em fase Early Access em março desse ano, e tem seu lançamento completo para dezembro; chegando também aos consoles Xbox.
Em setembro, PUBG teve registrado o recorde de pessoas logadas simultaneamente em um jogo (1,349,584), e o game já vendeu mais de 20 milhões de cópias. Nada tem tanto sucesso assim sem o mínimo de qualidade. O jogo tem muitas qualidades que merecem ser destacadas. Como poder jogar em terceira ou primeira pessoa, por exemplo.
São inúmeras possibilidades de gameplay, arsenal e veículos variados, interações com tanta gente ao mesmo tempo e o sistema de combate viciante. É preciso ter também muita estratégia para se deslocar, coletar itens e derrotar inimigos. Você pode jogar sozinho ou com amigos. É um divisor de águas, mais do que suficiente para ser GOTY.
Por que não merece ganhar?
O estilo Battle Royale de PUBG pode ser realmente divertido e viciante, mas será que é o bastante para ser um jogo do ano? Ele tem jogabilidade bacana, o visual também é legal, porém em um ano com tantas obras primas dos videogames, que mensagem o Videogame Awards daria ao eleger um game tão mais simples como o melhor?
Um jogo que, aliás, não está nem completo ainda! É loucura! O gameplay, apesar de bem divertido, acaba ficando repetitivo com o passar do tempo. Até porque, neste momento, só há um mapa disponível. Não há nem critério para o matchmaking. Sem falar que ainda é possível identificar diversos bugs.
Ou seja, PlayerUnknown’s Battlegrounds tem potencial para ser um jogaço. Se ele fez um enorme sucesso em fase de testes, imagine como ele provavelmente ficará quando chegar aos consoles e ao PC completo! Mas, por enquanto, ainda não se faz merecedor de uma honra tão grande quanto ser considerado GOTY.
The Legend of Zelda: Breath of the Wild
Para muita gente, é o principal favorito ao título. O grande investimento da Nintendo para o lançamento do seu novo console, o Switch. O hype criado em torno de Breath of the Wild é uma das maiores dos últimos anos – e o resultado atendeu a cada uma das expectativas de quem apostou nele. Aclamado por público e crítica, o primeiro game com um mundo aberto no universo de Hyrule é 10/10 e forte candidato ao prêmio.
Por que merece ganhar?
O redator é suspeito, porque considera Ocarina of Time o melhor jogo de todos os tempos e fez um texto exaltando BotW após zerá-lo. Mas cada elogio ao game é merecido. Misturar o universo de Zelda com um mundo aberto fazia total sentido. São muitas sidequests legais e segredos para explorar, além de o jogo não ter uma ordem exata para ser seguida.
O seu objetivo é derrotar Ganon e salvar Zelda e você pode fazer isso como quiser. Há três bestas sagradas que podem/devem ser derrotadas para facilitar sua vida. Mas se você não quiser fazer nada disso e ir direto para o castelo de Hyrule, enfrentar o vilão e pronto: você pode (só vai perder toda a diversão, mas pode).
Agora, quem quer aproveitar o jogo pode seguir a ordem das missões, fazer sidequests, caçar shrines, domar animais, coletar novas roupas, pegar itens colecionáveis, cozinhar, voar, deslizar, nadar… Há uma infinidade de possibilidades. Os gráficos são lindos, a trilha sonora é incrível e o enredo é cativante. Uma obra-prima. Já ganhou!
Por que não merece ganhar?
Tudo muito lindo, tudo muito legal, mas de novo essa história de salvar a Zelda do Ganon? Não cansa não? Fora esses gráficos de desenho animado, falta de linearidade na história, armas que quebram (essa é demais!), combates fáceis com os bosses… Sem falar que, em pleno 2017, não tem nem uma opção de multiplayer.
Muita gente falou que o jogo é revolucionário, mas é mais do mesmo. Quem jogou Ocarina of Time e Majora’s Mask, por exemplo, vai achar muito parecido. Tudo bem, tem um mundo aberto e conteúdos extras, mas fora isso, é o mesmo Legend of Zelda de sempre. E não é só isso: visualmente, ele não impressiona tanto assim.
É bonito, mas não é um jogo que quebre padrões nessa área. Tanto que foi lançado não só no Switch como também no Wii U. É claro que é um bom jogo, divertido, que honra a série Zelda… Mas não é revolucionário, nem para ser “o melhor do ano”. A melhor maneira de se explicar é com uma expressão: “não é isso tudo”.
Super Mario Odyssey
Se o primeiro semestre foi de Zelda, o segundo foi de Mario para a Nintendo. A empresa foi logo nas suas duas principais séries para alavancar o Switch – e parece que deu certo. Pois a nova aventura do seu “mascote”, assim como a de Link, foi aclamada pela imprensa e por jogadores de todo o mundo. Nela, Mario tem que impedir Bowser de se casar com Peach, e para isso, ele conta com uma nave (Odyssey) e um chapéu com poderes (Cappy).
Por que merece ganhar?
A Odisseia de Mario é mais divertida do que a de Odisseu. Ele passa por tantos mundos diferentes, com construções de cenário incríveis e diversos puzzles para solucionar, que você se sente, de fato, viajando naquela nave especial. É um jogo especial, sem dúvidas. Uma grande ode à história da franquia.
Tudo de melhor que você encontrou em outros “Marios” você tem em Odyssey. Mini-games em 8-bits, como os clássicos, movimentações parecidas com a de Mario 64… Sem falar em inovações como trocar a roupa do personagem e o Cappy, um chapéuzinho simpático, com poderes, que se une ao tradicional boné do Mario para fazer várias artimanhas.
Você joga seu chapéu e não só derrota inimigos como também consegue tomar a forma de alguns deles (spoiler alert: até do Bowser!). A história é fofinha, com Mario tentando impedir que o vilão se case forçado com a princesa, a trilha sonora é espetacular e o jogo é super divertido até depois de zerar a missão principal. Mario e GOTY na mesma frase? Perfeito!
Por que não merece ganhar?
Mario é um jogo de criança. A dificuldade de Super Mario Odyssey é praticamente nula. Há algumas Luas, que você tem que coletar para dar energia à nave, bem escondidas até, mas no geral é um game bem fácil. Derrotar os inimigos é moleza e ir avançando na história não tem qualquer percalço.
Até porque a história é bem curta e pode ser, facilmente, zerada em algumas horas caso a pessoa se dedique a isso e faça apenas o que tem que fazer. Ele tem novidades bacanas, sim, mas parece ser apenas um Mario 64 “com esteróides”. A movimentação, o sistema de coletar Luas (que antes eram estrelas)…
Outro ponto que incomoda é que ele é muito linear. Até permite que você escolha ir para um ou outro mundo em alguns momentos, mas no fim das contas, você acaba fazendo a mesma coisa, independente do que escolher. É legalzinho, mas não é um jogo completo, sua temática é super infantil e ele não merece ser Game of the Year.
Persona 5
A surpresa do GOTY desse ano para muita gente – mas só para quem não jogou. Quem leu o review do nosso redator aqui no Meu PS4 sabe o quanto rendeu elogios. Sexto jogo da série Shin Megami Tensei: Persona, trata de temas como preconceito, agressão e até suicídio. O cenário é a Tóquio, e o jogador controla um protagonista silencioso, Joker, que adentra um universo paralelo para destruir os sonhos perversos de autoridades locais.
Por que merece ganhar?
Primeiro, pela surpresa. Imagina só um título de JRPG desbancando Horizon, Mario, Zelda. Seria mais surpreendente do que Overwatch no ano passado – e, provavelmente, até mais merecido (sem polêmica, só um detalhe). Persona 5 é um jogão! Completo, merece elogios no enredo, na jogabilidade, nos gráficos… Em tudo!
Não é fácil fazer um grande jogo com estas características em 2017, onde todo mundo quer realismo, gráficos de cinema e inovações. Persona 5 é super tradicional, e parece ser muito localizado para os fãs japoneses. Mas, mesmo assim, consegue conquistar e cativar a todo o mundo. É só começar a jogar e passar da longa introdução para entender.
Diversos quebra-cabeças, itens escondidos e batalhas emocionantes contra os bosses. O carisma dos personagens, as Personas que você pode assumir e o desenrolar da história, que tem um tempo limite máximo de cerca de 80 horas para você solucionar tudo o que é necessário, são cativantes. Por mais surpresas no mundo dos games, GOTY pra Persona!
Por que não merece ganhar?
É um jogo de nicho. É claro que tem gente que nunca jogou um JRPG que pode pegar esse e curtir, mas é um caso raro. A sua jogabilidade é um pouco parada, as batalhas em turnos se tornam repetitivas e os gráficos de anime parecem da geração passada. No geral, pode ficar a sensação de que Persona 5 não é um game adequado ao PlayStation 4.
Além disso, se Super Mario Odyssey é muito infantil, Persona 5 é muito anime. Seria bacana demais em uma série de TV – como até já foi anunciado que irá ocorrer. Mas para ser eleito como melhor do jogo ano, talvez seja uma premiação muito global para um game que é restrito somente a uma parcela dos jogadores.
A surpresa da indicação pode ser legal, assim como a de PUBG, mas, também da mesma foram que o Battle Royale coreano não pode ganhar o prêmio só por causa disso, o RPG japonês ser eleito GOTY seria mais um susto do que aquela surpresa legal. Não por ele, que até é legal, mas pela abrangência de concorrentes como Zelda, Mario e Horizon.
Horizon Zero Dawn
Uma nova IP da Sony, exclusiva para o PlayStation 4, com uma mulher como protagonista em uma aventura por uma Terra futurista dominada por dinossauros cibernéticos. Será que pode dar certo? E como deu! Aloy virou uma nova cara da divisão PlayStation, o jogo é só elogios da mídia e dos players e a sua indicação ao GOTY não é nenhuma surpresa. Pelo contrário: talvez ele seja o grande rival de Zelda nessa batalha.
Por que merece ganhar?
Aloy, sua linda! Um dos grandes motivos para o GOTY. Ter uma protagonista construída detalhadamente, do zero, tão bem, com tanto carisma e com uma jogabilidade tão boa é digno de aplausos. Tudo isso com um enredo de cinema.
Quem acha que a era dos jogos single-player acabou não jogou Horizon Zero Dawn. Uma experiência imersiva, enriquecedora e linda. Que gráficos! O visual é o melhor da história do PlayStation 4 até o momento – e isso é dizer alguma coisa. Não há pontos fracos neste jogo. É um ponto forte atrás do outro.
Não é à toa que o selo de Horizon Zero Dawn aqui no Meu PS4 é obrigatório – honraria que pouquíssimos títulos já receberam em nossa história. Universo riquíssimo em detalhes, um enredo sci-fi pós-apocalíptico muito interessantes, mecânicas refinadas – mesclando RPG com Ação – e uma ambientação surreal. GOTY disparado!
Por que não merece ganhar?
Horizon Zero Dawn é muito parecido com o Zelda na essência. Uma aventura em terceira pessoa, de mundo aberto, com gráficos incríveis (cada um com sua proposta), sidequests atrativas e protagonistas envolventes. Só que, se a aventura de Link tem um lado que vai ser visto por muitos como infantil demais, Horizon é um pouco o contrário. É muito sci-fi.
Além disso, ele é o primeiro jogo de uma nova franquia, ainda dando seus primeiros passos no mercado. Ganhar um GOTY logo assim de cara? Difícil… Ainda mais batendo de frente com Mario e Zelda, famosos há décadas, e Persona, que também é uma série reconhecida, apesar de não no mesmo nível dos outros rivais.
Outro ponto negativo é a ausência de um modo multiplayer. Se ele tivesse um combate no estilo The Last of Us, por exemplo, seria uma adição bacana que faria com que ele tivesse mais atrativos. Ou até um coop como o de Uncharted. Especialmente em uma era onde isso é tão valorizado. Quem sabe sua sequência ganhe o GOTY, mas por enquanto não.
Conclusão
Sem dúvidas, em termos de games mais completos, Horizon e Zelda brigam pelo prêmio. Só que há muito mais em jogo do que isso. A reputação das franquias Zelda e Mario, por exemplo, pode falar alto. A inovação de PUBG é um ponto a ser levado em consideração. Sem falar no surpreendente e cativante Persona 5, abordando temas super relevantes.
É uma disputa equilibrada, em que qualquer um que for premiado tem os seus motivos. É preciso compreender isso antes de o resultado ser divulgado no dia 7 de dezembro. Para mim, Thiago Barros, pessoa física, Breath of the Wild é quem mais mereceria (seguido de muito perto por Horizon Zero Dawn), mas Mario Odyssey vai acabar levando.
Em enquete com a equipe do Meu PS4, Horizon é o favorito da galera. E para você? Quem você quer que leve e quem você acha que leva o GOTY 2017?