Death Stranding 2 pode ser a experiência definitiva do Kojimismo
Aos 60 anos, Kojima continua incansável, expandindo os seus horizontes e prometendo uma obra de arte em Death Stranding 2
Se existe um nome que transcende a indústria dos videogames e se tornou sinônimo de inovação, criatividade e narrativa cinematográfica, esse nome é Hideo Kojima. Desde sua entrada na indústria, nos anos 80, até os dias atuais, o lendário game designer japonês moldou o jeito como os jogos são feitos e consumidos.
Hoje, aos 60 anos, Kojima continua incansável, expandindo os seus horizontes e trabalhando em projetos que misturam games, cinema e arte como nunca antes visto. Com Death Stranding 2: On The Beach se aproximando, após mais um daqueles baita trailers editados por Kojima-San, parece que estamos perto de ter a experiência definitiva do Kojimismo.
Inovador
Kojima ingressou na Konami em 1986, e logo mostrou sua vocação para criar experiências narrativas diferenciadas. Seu primeiro sucesso foi Metal Gear (1987), um jogo que introduziu conceitos inovadores de infiltração e sigilo. Mas foi em Metal Gear Solid (1998) que ele revolucionou o mundo dos games com um enredo cinematográfico profundo e um gameplay que priorizava inteligência e estratégia, em vez da simples ação desenfreada.

A franquia então se tornou uma das mais icônicas de todos os tempos, explorando temas como controle governamental, inteligência artificial e o impacto da guerra. Muito antes do que vemos hoje, com estes temas já sendo bastante explorados em diversas mídias. Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty (2001), por exemplo, chocou todo o mundo ao subverter expectativas e desafiar a percepção dos jogadores sobre a narrativa interativa.
Metal Gear Solid 3: Snake Eater (2004), por sua vez, expandiu a profundidade dos personagens e da jogabilidade, enquanto Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots (2008), fecha a saga de Solid Snake de forma grandiosa.
Absolute Cinema
Inspirado por diretores como Stanley Kubrick e Ridley Scott, Kojima sempre buscou uma abordagem cinematográfica para seus jogos. Cada cutscene, diálogo e reviravolta em suas histórias carregam influências diretas do cinema. Em Metal Gear Solid V: The Phantom Pain (2015), ele elevou ainda mais esse conceito ao criar um mundo aberto dinâmico, onde a liberdade do jogador era a prioridade.
No entanto, seu relacionamento com a Konami ruiu durante a produção do jogo. O fim dessa parceria também levou ao cancelamento de Silent Hills, um projeto que Kojima desenvolvia ao lado do cineasta Guillermo del Toro e do ator Norman Reedus. Esse cancelamento deixou milhões de fãs decepcionados, mas impulsionou ainda mais a popularidade do produtor japonês, que ganhou força para seu próximo, e mais decisivo, passo.
Em 2015, Kojima fundou seu próprio estúdio, a Kojima Productions, e prometeu que voltaria mais forte do que nunca. Quem não lembra do “Hello everyone, I’m back” na E3 2016?
Pois bem, alguns anos depois, foi lançado Death Stranding, um jogo que mistura ficção científica, exploração e uma mecânica inovadora de conexão entre jogadores. Com atuações de superestrelas, como Norman Reedus, Mads Mikkelsen e Léa Seydoux, ele trouxe uma experiência não convencional e altamente cinematográfica, consolidando Kojima como um dos mais visionários criadores de sua geração.
Death Stranding 2: Kojimismo em estado puro
Desde seu anúncio oficial no The Game Awards 2022, “Death Stranding 2: On The Beach” vem sendo tratado como o projeto definitivo da carreira de Hideo Kojima. Com a promessa de expandir o universo peculiar e ambicioso do primeiro jogo, a sequência parece ser o ápice criativo do lendário desenvolvedor, combinando sua paixão por narrativa cinematográfica, inovação em jogabilidade e colaborações com grandes estrelas.
Se Death Stranding já era uma experiência única, misturando exploração, sobrevivência e conexão social em um mundo pós-apocalíptico, a sequência promete ir ainda mais longe. Kojima tem destacado que “Death Stranding 2” não será apenas uma continuação, mas uma evolução completa da sua visão.

Os trailers divulgados até agora sugerem uma trama ainda mais profunda, com novos personagens e desafios que devem expandir o conceito do mundo reconstruído após os eventos do primeiro jogo. A mensagem é claríssima: não deveríamos ter nos conectado. Uma abordagem que, segundo o próprio, veio de reflexões intensas durante a pandemia.
Além disso, a Kojima Productions agora conta com mais recursos e tecnologia para entregar uma experiência cinematográfica ainda mais imersiva. O uso da Decima Engine, desenvolvida pela Guerrilla Games, já impressionou na primeira iteração e, com os avanços gráficos da nova geração, a expectativa é que o nível de realismo atinja um novo patamar.
Norman Reedus retorna como Sam Porter Bridges, enquanto Léa Seydoux e Troy Baker também estão de volta. O jogo ainda traz novos nomes incríveis, incluindo Elle Fanning e Shioli Kutsuna, mostrando que Hideo Kojima continua apostando alto na fusão entre cinema e games – o que lhe rende ainda mais reconhecimento e ajuda-o a furar a bolha.
No mais recente trailer de Death Stranding 2, vimos possíveis referências a Metal Gear, novos personagens, um conceito mais tenso e violento do que nunca, grandes chefões, robôs… Diferentes influências às quais a brilhante mente do seu criador, que tem entretenimento e cultura não só como profissão, mas também como principal hobby.
A hype em torno do título não poderia ser maior. Afinal, Kojima sempre foi um visionário, e cada novo projeto seu é tratado como um evento na indústria. Com Death Stranding 2: On The Beach, ele parece estar reunindo tudo o que aprendeu ao longo de sua carreira para entregar um jogo que pode ser não apenas o definitivo de sua carreira, como um dos marcos da história dos videogames.