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[CCXP 2018] Entendendo Anthem: “O nosso mundo, a sua história”

Liberdade e verticalidade: produtor explica a experiência em Anthem.

por Bruna Mattos
[CCXP 2018] Entendendo Anthem:

Anthem foi anunciado no ano passado com uma nova proposta: trazer uma experiência única, que poderia ser compartilhada entre vários jogadores em um mundo vasto, dinâmico e misterioso. Somente na E3 2018 tivemos a chance de entender melhor o que tudo isso significa com os primeiros gameplays.

Tivemos a chance de conversar com o Scylla Costa, produtor de Anthem, sobre alguns aspectos do game da BioWare. Scylla é brasileiro e esteve na Comic Con Experience, em São Paulo, para apresentar novidades sobre a história e os conceitos de Anthem.

Nossa conversa com Scylla foi focada em entender esse novo conceito de Anthem. A BioWare é conhecida por seu trabalho dedicado à narrativas e o novo game não deixará isso de lado, apesar do foco na experiência online. O produtor deixou claro que apesar de Anthem carregar uma fórmula nova para o mercado, não foge em nada de uma evolução natural do que a BioWare já vinha desenvolvendo ao longo dos anos:

Desde Baldur’s Gate, da década de 90, até em franquias atuais, como Mass Effect e Dragon Age, a BioWare vem introduzindo mudanças na forma de contar boas histórias aliadas a novidades na experiência single-player.

Anthem começou a ser concebido logo depois do fim do desenvolvimento de Mass Effect 3, há mais de seis anos. Desde aquela época a BioWare sabia que queria inovar com este jogo. Scylla contou que esse processo é bem difícil, porque o estúdio precisa “pensar 5, 6 anos à frente do que o mercado quer no momento”. É como se os desenvolvedores precisassem prever o que o público vai querer no futuro.

O passo inicial na concepção de Anthem está na Sci-Fantasy, uma mistura entre ficção científica e fantasia. É como se Anthem unisse conceitos fundamentais de duas franquias de peso da empresa: Mass Effect e Dragon Age. Ao mesmo tempo, a narrativa característica da BioWare foi adicionada à fórmula, além de permitir que o jogador experimente o game com outros jogadores ou sozinho, como preferir.

“Nosso objetivo é unir narrativa e jogabilidade a mundos fantásticos, interessantes e misteriosos em que o jogador possa tomar decisões e viver as consequências dessas ações”.

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Anthem tem um grande foco no multiplayer, mas tem uma porção single-player bastante significativa. Dentro do Fort Tarsis, o jogo se desenrola em primeira pessoa e é onde o jogador conversa com com vários NPCs e faz o seu “role-playing”. É ali onde você faz suas escolhas e vive as consequências. Nas expedições em mundo aberto, a visão passa a ser em terceira pessoa e você e outros jogadores compartilham um mundo atualizado em tempo real. Dessa forma, Anthem segue um lema que o Scylla chamou de “O nosso mundo, a sua história”.

Por exemplo, dois jogadores que estão no mesmo ponto da história podem receber a mesma missão dentro do Fort Tarsis e fazer a expedição juntos, obter loot e XP, mas seguirem caminhos diferentes em seus modos single-player dependendo de suas ações, diálogos e decisões. Dois jogadores em pontos diferentes também podem compartilhar uma mesma missão no mundo aberto. No entanto, apenas o jogador em um ponto mais avançado poderia convidar alguém mais “atrasado”, jamais o inverso. Nesse caso, o jogador com o progresso anterior ficará apenas com o loot e a EXP, por exemplo, sem impactos na sua história dentro do Fort Tarsis.

O game também investe pesado no conceito de “jogos como serviço”. Uma série de atualizações manterão os jogadores ligados em Anthem. Tudo isso depende, antes de tudo, de uma grande equipe totalmente dedicada a esses processos e com grande experiência em ouvir os comentários da comunidade de jogadores para introduzir novas mecânicas, narrativas e expedições.

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Além disso, o mundo de Anthem não é estático. A BioWare também irá introduzir mudanças ao vivo que alteram dinâmicas do jogo. A hora do dia e eventos da natureza, como a chuva, podem influenciar o aparecimento de determinadas criaturas e também o comportamento delas, o que pode impactar o andamento de algumas das suas expedições. Ainda, uma série de desafios e provações serão adicionados aos servidores em tempo real para os jogadores, tornando tudo mais dinâmico e oferecendo recompensas, como um esquema para fazer uma nova arma para o seu arsenal, por exemplo. Esse tipo de sistema pode adicionar novidades de forma semanal e até diária em Anthem.

Adições para a narrativa e atualizações de jogo mais “tradicionais”, que levam mais tempo para serem desenvolvidas e introduzidas, também estão nos planos da BioWare. Scylla promete que teremos um cronograma detalhado para todas essas novidades logo após o lançamento do jogo.

É claro que não poderíamos deixar de abordar um ponto polêmico: o crossplay. Segundo o produtor, a BioWare tem tecnologia e vontade de usar a funcionalidade, mas isso não depende somente a desenvolvedora:

“Tecnologicamente, podemos fazer o crossplay, mas para fazê-lo acontecer, precisamos que todas as plataformas também concordem com isso para que o crossplay possa acontecer” (…) Do ponto de vista do desenvolvedor e também do jogador, é fantástico, mas agora estamos tendo essa tendência de ter mais jogos crossplay. É fantástico para a indústria de jogos como um todo permitir que amigos se unam, independente da plataforma onde jogam”.

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Apesar de Anthem vir com uma proposta nova, comparações com outros jogos são inevitáveis. Mesmo assim, Scylla destaca que o game da BioWare traz uma experiência única, que o público só vai entender completamente jogando:

“Percebemos pelos testes que fizemos na E3 e na EA Play que quando mostramos um vídeo, as pessoas comentam como o jogo é bonito; quando damos o controle para a pessoa, e ela joga pela primeira vez, com o sentimento de liberdade de controlar seu exoesqueleto e poder voar, explorar o ambiente, percebemos que elas sentem que é mesmo um jogo diferente. Anthem tem muita verticalidade, bastante liberdade, é um jogo que permite que você faça basicamente o que quiser”.

O produtor também explicou que além da exploração 3D e da grande verticalidade, algumas mecânicas de Anthem dão ainda mais liberdade ao jogador. O game tem um modo Free Play, em que o jogador pode simplesmente sair voando e encontrar o que a BioWare chama de “Eventos do Mundo”, que podem acontecer aleatoriamente e variam dependendo da hora do dia, local explorado ou do clima. O modo Free Play pode ser jogado por quanto tempo o jogador quiser, sozinho ou com amigos.

Anthem será lançado em 22 de fevereiro de 2019. Quem fez a pré-compra do jogo terá acesso a uma demo a partir de 25 de janeiro, mas o público em geral poderá testar o game a partir de 1 de fevereiro.