5 fatores que explicam porque Overwatch é o melhor jogo de 2016
Recém finalizada a The Game Awards, evento que premiou os melhores jogos em diversas categorias, tivemos a revelação do popular GOTY, Game Of The Year, o jogo do ano. Nesta edição, Overwatch sagrou-se campeão.
O shooter em primeira pessoa da Blizzard chegou de mansinho, como quem não quer nada. Pouco a pouco, foram pipocando notícias aqui e ali, alguns vídeos, novidades de gameplay e histórias por trás dos personagens do game.
Até que no mês de maio, mais precisamente no dia 24, o jogo finalmente foi lançado mundialmente.
No PC, o sucesso foi praticamente imediato, enquanto os consoles seguiram logo atrás arrastando multidões de adoradores recém-apaixonados.
Mas, como um FPS, focado exclusivamente no multiplayer, com uma fórmula teoricamente já conhecida conseguiu ser considerado o melhor jogo do ano, segundo a TGA?
Tomamos a liberdade de citar em tópicos 5 fatores que explicam porque Overwatch não só é o jogo do ano como também pode servir de exemplo e divisor de águas para muitos projetos vindouros. Confira:
Marketing
Para conseguir atrair jogadores, é preciso vender o jogo. Fazer uma propaganda do produto. E isto a Blizzard sabe fazer como poucas.
O lore, a história por trás do mundo de Overwatch, foi pavimentada tijolo por tijolo bem antes do lançamento. Assim que este foi lançado, todos já sabiam do que se tratava, já conheciam cada personagem e até o background de muitos deles. Daí pra frente foi a parte mais fácil.
Além da campanha inicial para promover o game, que culminou em um agradável evento realizado pela Blizzard no mundo todo, inclusive no Brasil, outras campanhas continuaram sendo promovidas ao longo do tempo de vida de Overwatch.
O jogo já contou com dois fins de semana gratuitos, além das etapas de teste que antecederam seu lançamento. Tudo isso para atrair público e sempre mantendo o perfil honesto e sincero com o consumidor.
Longevidade
Overwatch conseguiu algo que muito jogo gostaria de ter de uma maneira que nenhum destes se atreveu a fazer. Manter seu público fiel mesmo 6 meses depois de seu lançamento. Com muito mais ainda por vir.
Desde seu lançamento, o jogo já contou com dois eventos: Os jogos de verão, tematizado nas Olimpíadas do Rio e o Halloween. Ambos trazendo dezenas de novas skins, sprays, falas, animações… Tudo aquilo que sabemos que são mimos, mas que todo jogador gosta.
Dois heróis já foram incluídos no time de personagens jogáveis sem custo adicional, mudando de certa o panorama que estava se criando em torno do meta do jogo. E outros já estão em desenvolvimento, bem como alterações pontuais em heróis já existentes.
Novos mapas e modos de jogo já chegaram ao game também sem custo adicional. Tudo para melhorar ainda mais a experiência dos jogadores.
Modificações nos modos competitivos e também nos modos de jogo corriqueiros foram efetuadas com o mesmo intuito. A obra segue passando por atualizações.
A impressão que dá é que Overwatch nunca se tornará velho. O jogo continua se reinventando e nunca utilizou o “formato DLC” propriamente dito. Assim como nunca cobrou por inserir novos personagens ou qualquer outro conteúdo adicional.
Diversão
Desde o início do artigo, ainda não entramos no fator gameplay, que essencialmente é o núcleo de qualquer jogo de videogame pautado no gênero tiro em primeira pessoa, principalmente nos focados em partidas multiplayer.
Desde o início do ciclo, a Blizzard deixou claro que o jogo não tem, não terá e não necessitará de um modo single-player. Sua história, muito maior e mais complexa que muitos jogos de campanha, é contada de maneira diferente e atrativa aos jogadores.
A questão é: no fim das contas, Overwatch é uma experiência que vai muito além de sua jogabilidade em si. É comum ouvir de pessoas que nunca jogaram ou nunca gostaram de um FPS que curtem o shooter da Blizzard.
Isso porque o jogo é divertido. Ganhando ou perdendo os jogadores se divertem. As mecânicas de gameplay fazem com que cada um tenha uma função em dada etapa de cada mapa diferente. Tudo tem sua peculiaridade.
Experimentar cada personagem diferente, com habilidades únicas e funções exclusivas em cada partida, acaba se tornando um processo que chega a exagerar na diversão. Pegue isso e some a 5 amigos conversando e arquitetando estratégias em uma party enquanto jogam – A diversão é certa!
A “Jogada da Partida”, os cosméticos, os brindes oferecidos aos jogadores, a maneira de conseguir subir de níveis e as recompensas por performances nos fins das partidas fazem com que os jogadores se sintam importantes para a equipe, independente de sua função.
Isso sem falar nos modos menos comuns como as contendas e os minigames disponíveis durante os eventos que também atraíram muitos admiradores.
Carisma
Overwatch é um jogo repleto de estereótipos e clichês quando falamos dos personagens que compõem o jogo.
Os irmãos japoneses, um ninja ciborgue e um arqueiro; Um vilão de capuz preto, máscara e voz enrouquecida; Um gigante alemão com uma armadura enorme, um martelo de guerra e um escudo; A sniper sedutora; O velho soldado de guerra… Enfim, todos os personagens são bem definidos e seus traços de personalidade muito bem delineados.
Aí vai de cada um saber com quem se identifica. Aqui, o ponto é: Mesmo que você não se identifique com todos, certamente você terá um preferido. Essa também é uma forma de atrair público e manter os admiradores cada vez mais fiéis.
O jogo esbanja carisma de diversas formas possíveis. Seja pela dublagem sensacional, tanto a original como em português brasileiro, seja pelo design dos personagens, ou pelos curtas de animação minuciosamente desenvolvidos para expandir ainda mais o mundo de Overwatch.
Você pode simplesmente se sentir atraído pelo jogo apenas ao ouvir frases icônicas como “Vamo esculachá!” ou um “Pede pra nerfar, noob!”. Overwatch é carismático na melhor definição da palavra.
Transparência
Por último, a característica que melhor define um relacionamento entre duas partes: A transparência.
A Blizzard demonstra tanto apreço pela sua comunidade que é possível que pessoas vejam Overwatch e Blizzard como uma coisa só. Chega a esse nível.
Desde que o jogo foi lançado, a desenvolvedora mantém um relacionamento próximo com os jogadores. Ouvindo o que todos tem a dizer sobre os modos de jogo, jogabilidade, bugs, reports de jogadores mal intencionados e até mal comportamento durante partidas.
Não é questão só de “ouvir” o que a comunidade tem a dizer. A Blizzard ouve, faz e mostra o que foi feito, como foi e porque fizeram. Os fóruns e as redes sociais, em vários idiomas, inclusive em português brasileiro, são dos mais ativos atualmente.
Jeff Kaplan, um dos diretores do jogo, apresenta periodicamente um vídeo de atualização dos desenvolvedores. Nestes vídeos, ele oferece um panorama de todas as situações relacionadas ao jogo, tudo que teve ou terá de ser feito, em termos de buffs e nerfs, e também correções de bugs e implementações de melhorias para a comunidade.
Essa atitude da Blizzard abre um precedente muito interessante para o futuro dos jogos de videogame. Um futuro que flerta com o mercado de eSports e tende a satisfazer todos os gostos mesmo sem perder sua essência.
Uma fase onde não discriminamos jogos por serem focados ou deixarem de ter um multiplayer ou uma campanha e sim damos valor à transparência que a desenvolvedora tem para com a demanda do consumidor.
No fim das contas não é o fato de o jogo ser focado em um multiplayer que faz com que este seja melhor ou pior do que qualquer outro. Jogos devem ser jogados e vistos como meios de diversão ou que atinjam algum nível de satisfação pessoal para cada tipo de jogador. Seja ela em forma de uma narrativa bem contada, uma ambientação ou até uma trilha sonora impactante.
Não é possível agradar a todos. No entanto, Overwatch consegue com todas as suas características sobressair em um mercado aparentemente inchado e ditar o rítmo do que pode vir a ser tendência.
Tudo graças a um perfeito trabalho de profissionalismo, esmero e bom senso por parte da Blizzard, que se consolida como uma das maiores desenvolvedoras de jogos de videogame.