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The Witcher 3: Wild Hunt: Vale a pena?

por Charles Paim
The Witcher 3: Wild Hunt: Vale a pena?

Após acompanhar (e admirar) vários vídeos de trailers e gameplay, finalmente The Witcher 3: Wild Hunt chega às nossas maõs e pudemos conhecer este fantástico jogo. Aconselho a todos que forem começar a jogar, que tenham consciência que a partir deste momento, sua vida social pode estar seriamente comprometida, centenas de horas de gameplay (no mínimo 200 horas caso você queira os 100%) serão necessárias para conseguir fechar tudo que o jogo contempla.

Segundo a CD Projekt RED (produtora do jogo), o mapa é 30 vezes maior do que seu antecessor, o que comprova que não estamos exagerando,  principalmente porque a característica de mundo aberto está muito mais em evidência, fugindo um pouco da linearidade das duas primeiras partes da trilogia.

Enredo

Novamente você controla Geralt De Rivia, um bruxo caçador de monstros e protetor dos inocentes (desde que seja pago para isso). O impiedoso Império de Nilfgaard devastou o Reino do Norte e deixou seu povo em maus lençois, em uma situação de caos generalizado. Ao mesmo tempo que Geralt começa a viajar por todo o reino e, aos poucos, vai descobrindo quais interesses estão por trás desta guerra, inicia-se também um processo de busca das mulheres que fizeram parte do seu passado.

No inicio de sua jornada é difícil distinguir quem está do lado do bem e quem está do lado mal, somente com o tempo as coisas vão ficando mais claras, e suas escolhas ao longo da aventura terão influência direta sobre os acontecimentos.

The Witcher 3 - História

Muitas vezes, Geralt é “convidado” a tomar partido entre as disputas políticas, sociais e militares que acontecem por todo enredo, entretando caberá ao jogador decidir e calcular o risco de cada decisão tomada.

Missões principais e secundárias

A aventura de Geralt é enorme e vai prendê-lo por pelo menos 50 horas somente nas missões principais, contudo as tarefas secundárias são, em sua maioria, incrivelmente brilhantes.

Podemos dizer que seria até leviano chamá-las de missões secundárias, devido a sua ampla imersão e complexidade. Em certo momentos chegamos a questionar:  “É mesmo uma missão secundária?”.

Este questionamento é justo, pois em muitos jogos as side-quests são quase irrelevantes, sem conexão e muitas sem vida. Em The Witcher 3, a história é completamente diferente. Isso mostra o cuidado que a CD Projekt RED teve ao desenvolver a aventura.

Escolhas

Com uma história ampla,  o game permite, na verdade obriga, que o jogador faça diversas escolhas ao longo da jornada. Cada opção selecionada irá direcionar o enredo para uma direção. Pessoas podem morrer, amizades podem ser desfeitas, laços podems ser criados ou alianças podem ser formadas. Depende exclusivamente de você.

Salve um morador de uma vila de um ataque de lobos e em seguida você poderá escolher se irá cobrar pela ajuda ou se o fez de bom coração. Caso o jogador escolha a segunda opção, o morador irá agradecer e oferecer alguma recompensa ou informação útil. Além disso, este mesmo morador irá se lembrar da sua benevolência e poderá ajudá-lo em missões futuras.

Absolutamente tudo em Wild Hunt é entrelaçado. Uma ajuda, uma resposta atravessada para um comandante, um inimigo morto ou clemência certamente terão impactos na história.

Em alguns casos, o jogador terá um tempo, relativamente curto, para escolher uma das opções, causando ainda mais adrenalina e consequência.

Visual

É impossível não ficar encantado com os gráficos de The Witcher 3. Sem dúvidas, um dos melhores da next-gen até o momento. Incrível o cuidado com os detalhes, desde a vegetação e os cabelos dos personagens balançando com o vento, as mudanças climáticas, a ondulação das águas do mar, é complicado descrever através de palavras, precisa ver pra crer.

The Witcher 3 - Gráficos

Outro ponto de destaque é a forma como clima, tempo e passagem de dia para noite ocorre durante a jogatina. Tudo é muito suave e natural. Observa-se os o aumento nos ventos, nuvens sendo criadas, relâmpagos e logo em seguida uma tempestade, repassando uma nítidica sensação de vida. O mesmo acontece com o entardecer, que chega tranquilo, calmo e prepara a chegada da noite que esconde ainda mais perigo.

Não poderia deixar de ser mencionado a feição e modelagem dos personagens. Tanto Geralt, como os demais personagens, foram caprichosamente desenhados para impressionar com sua beleza, Yennefer que o diga!

No entanto, apesar da beleza, nem tudo são flores. The Witcher 3 sofre de alguns problemas, principalmente na questão relacionada ao framerate. No momentos mais intensos, o título “enrosca” e há um nítida queda no visual.

Sonoplastia

Felizmente temos mais um grande jogo totalmente localizado para o nosso idioma. Felizmente também, dessa vez, não convidaram nenhum cantor ou outra pessoa que não fosse dublador profissional para participar do jogo e justamente por este motivo, temos uma dublagem envolvente. A dublagem não é o único ponto a se destacar neste jogo, a trilha sonora se encaixa perfeitamente no clima e os efeitos sonoros são sinfonia aos ouvidos. Sons de água, de vento, de fogo, de espadas, enfim, todos os efeitos sonoros são merecedores de elogios.

The Witcher 3 - Som

Jogabilidade

Como todo bom RPG, os diálogos, a exploração, a coleta de itens, tudo são coisas que proporcionalmente você estará fazendo muito mais do que participando de lutas, mas isso não quer dizer que o jogo esteja devendo neste aspecto, muito pelo contrário, você participará de lutas de espada intensas, enfrentará monstros e terá muitas surpresas ao longo do enorme mapa que o jogo oferece.

O esquema de combate é semelhante ao já visto em muitos jogos do mesmo gênero. Você se depara com um inimigo e irá utilizar espadas e seus elementos mágicos para conquistar a vitória. Você pode simplesmente partir para cima, no melhor estilo hack ‘n’ slash, mas pode sofrer as consequências das ações, uma vez que cada inimigo exige uma estratégia diferente de combate.

Estudar os padrões de movimentação, pontos fracos e formas de ataques do inimigos é preponderante para o seu sucesso na batalha.

The Witcher 3 também possibilita que os jogadores assumam o controle de Ciri, a pupila de Geralt. Ela se movimenta e atacada os inimigos de forma semelhante ao bruxo, mas é muito mais ágil e rápida, apesar de ser menos resistente ao dano.

É importante ter em mente que The Witcher 3 não tem uma curva de aprendizado fácil. Muitas horas de dedicação serão necessárias para se ter domínio de todos os recursos, principalmente como utilizar de forma efetiva o enorme inventário de itens que você vai acumulando ao longo de sua jornada.

Falando em itens e colecionáveis, o estúdio responsável se esforçou para criar um leque de combinações sem precedentes na série. O jogador poderá incrementar seu personagem com novas armas, proteção ou mesmo criar poções que podem ajudá-lo e muito na jornada.

Para criar uma espada nova, você pode simplesmente encontrá-la durante as missões ou falar com um ferreiro, este por sua vez irá repassar uma lista de itens que o jogador deverá encontrar, para que então possa construir o equipamento. Mas, nem sempre é tão simples. Cada NPC (ferreiro ou armeiro) possui habilidades diferentes, ou seja as vezes um ferreiro pode criar uma espada melhor que a outro, assim como em nosso cotidiano.

Geralt também a sua disposição o “Sentido de Bruxo” uma espécie de habilidade que facilita a procura por itens, ervas ou mesmo pistas de fatos. O Lobo Branco irá utilizar este recurso com extrema frequência, sendo essencial para o desenvolvimento das missões de rastreio.

Em muitas delas é necessário investigar pegadas, pistas em cadávares ou locais. Com base nestas descobertas, Geralt irá montar um quebra cabeças e determinar os seus próximos passos, imaginar cenários do que possa ter ocorrido e traçar um plano para abordar uma pessoa ou inimigo.

Agindo como Sherlock Holmes, o jogador tem uma grande visão do que é ser de fato um caçador de recompensas, sendo necessário buscar cada detalhe.

O único ponto negativo a se destacar na jogabilidade é a mobilidade de Geralt quando está dentro da água. Como não há uma quantidade significativa de coisas que você precisa fazer no fundo do mar, não traz maiores impactos à diversão.

The Witcher 3 - Jogabilidade

Gwent

Uma novidade bastante interessante do The Witcher 3 é o Gwent, um jogo de cartas que consiste em somar maior quantidade de pontos do que seu adversário, combinando cartas de soldados, cartas especiais (que modificam os valores das cartas na mesa) e cartas de líder (que você só pode utilizar uma carta por partida e pode ser decisivo para a vitória).

Ao longo de sua jornada você terá várias oportunidade de disputar partidas de Gwent, com mercadores, ferreiros, entre outros, mediante aposta em moedas de ouro. Na sua primeira partida, será explicado de forma bem didática todas as regras, possibilitando um fácil aprendizado.

The Witcher 3 - Gwent

Edição Física e DLC’s

O atual cenário não é amigável aos jogadores. Somos, a todo instante, bombardeados com DLC’s, conteúdos extras, expansões e itens adicionais que são oferecidos pura e simplesmente como uma forma de arrecadar ainda mais dinheiro dos jogadores.

Contudo, a CD Projekt RED fugiu à regra e trouxe uma luz ao sistema. O estúdio se comprometeu a entregar aos jogadores 16 DLC’s gratuitamente. A cada semana são disponibilizadas duas novidades, sejam roupas, armas, missões extras e recursos.

A promessa está sendo cumprida à risca e muitas novidades já podem ser baixadas na PlayStation Store.

É louvável quando uma produtora direciona seus esforços em agradar ao seus fãs e público consumidor. Digno de menção em qualquer lugar.

Outro ponto de destaque é relação a versão física do game. Além do disco, ela vem com manual, adesivo, disco de trilha sonora, mapa e mais alguns panfletos.

The Witcher 3 - Conteúdos

Bugs e problemas

Se você chegou até aqui, já notou que o game é definitivamente uma obra, mas ela não está a salvo de problemas e bugs.

Como já exposto, o título com problemas de framerate, principalmente em cenas de corte. As cenas engasgam um pouco, dando a impressão que o game pode travar, o que de fato não acontece.

Outro ponto diz a respeito aos menus. As letras e legendas são diminutas e muito pequenas, o que dificulta a leitura e compreensão dos menus. Levando em consideração que você passará um bom tempo nos menus incrementando suas armas, equipamentos e fazendo leitura de desenhos e instruções, isso pode atrapalhar um pouco.

Bug gerais de renderização, pessoas atravessando paredes, pessoas ou itens voando também foram observados. Mas, cabe destacar que foram poucos e na maioria dos casos gerava somente uma cena engraçada, proporcionando risos.

Talvez o ponto de menor brilho em The Witcher 3: Wild Hunt seja o demorado loading. Ao morrer, o game volta no último checkpoint e este processo leva um tempo extremamente grande, no melhor estilo Bloodborne.

Mas, apesar de todas as citações, o estúdio está oferecendo todo suporte ao game. Diversas atualizações foram disponibilizadas e mais outras estão por vir.

Considerações finais

Em meio a tantos jogos que nos passa a sensação de dinheiro e tempo disperdiçados é animador conhecemos jogos como The Witcher 3. A imersão, o envolvimento, a qualidade gráfica e sonora, a profundidade do roteiro, a qualidade dos diálogos (e de sua dublagem) realmente fazem a diferença e justificam o investimento.

O título despontam como uma grande obra e certamente está na lista dos melhores jogos do ano de 2015 e é fortíssimo candidato ao prêmio de “Jogo do Ano”.

2 - Selo de Ouro

Veredito

The Witcher 3: Wild Hunt
The Witcher 3: Wild Hunt

Sistema: PlayStation 4

Desenvolvedor: CD Projekt RED

Jogadores: 1

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95 Ranking geral de 100
Vantagens
Desvantagens
Charles Paim
Charles Paim
Publicações: 389
Jogando agora: Nada no momento.
Administrador da comunidade CTC - Centro de Treinamento Charlão, especialista em PES (mas joga também o FIFA) e jogos de luta. Já jogou centenas de jogos, do Atari ao PS4. Adora falar de games no Twitter e Instagram.