Tekken 7: Vale a pena?
Gráficos sensacionais e um exército de lutadores à disposição.
Tekken 7, após dois anos que foi lançado nos arcades, chega ao PlayStation 4. É um fato afirmar que um jogo jamais chegaria em sua nona versão (considerando que já tivemos também Tekken Tag Tournament 1 e 2), se não tivesse uma qualidade acima da média o que, obviamente, acarreta em boas vendas.
Sua primeira versão foi lançada em 1994, em um momento que os gráficos poligonais eram a bola da vez. Os desenvolvedores ainda estavam aprendendo a extrair o melhor desta nova forma de fazer games, e era normal termos sprites bem quadradões, ao melhor estilo Minecraft.
Apontado por muitos, como uma cópia de Virtua Fighter (SEGA, 1993), Tekken mostrou, em pouco tempo que, apesar de também ser um jogo de luta 3D, trilhava por um caminho totalmente diferente do seu concorrente.
Enquanto o Virtua Fighter tinha uma curva de aprendizado bastante alta, Tekken era totalmente acessível e, em poucos minutos, o jogador já estava distribuindo muitos socos e chutes nos oponentes. E foi justamente esta acessibilidade que sempre foi um dos seus diferenciais ao longo de todos estes anos.
Em time que está ganhando, não se mexe
Quando se inicia a primeira partida no Tekken 7, a sensação de ‘eu já vi isso antes‘ é inevitável. A forma de jogar, aqueles comandos que você está acostumado a executar, mostram-se bastante familiares. A NAMCO tem provado, a cada nova versão, que não é necessário grandes transformações para um bom jogo.
Se você é um fã do Street Fighter, talvez já tenha se sentido desconfortável de ter que aprender ‘do zero’ a cada continuação. Não é todo jogador que curte jogar todas as horas de aprendizado no lixo e começar tudo novamente.
Feito, principalmente, para os jogadores que curtem já começar um passo à frente, Tekken 7 segue a fórmula consolidada de seus antecessores, porém com alguns ingredientes a mais, os quais vamos conhecê-los, nas linhas que se seguem.
Estreia do modo história
Da mesma forma que já vimos em Mortal Kombat, Injustice e Street Fighter, Tekken 7 traz um modo história pela primeira vez, e segue a mesma sistemática dos seus concorrentes: uma narrativa, separada por capítulos e que, em cada um destes, tem um lutador diferente como ponto focal.
Como você pode imaginar, a história gira em torno da família Mishima, Heihachi e Kazuya, pai e filho, respectivamente. Não descreveremos os detalhes, para não correr o risco de dar spoilers, mas podemos adiantar o enredo é apenas razoável, poderia ser conduzido de uma forma melhor.
Contada a partir da perspectiva de um jornalista, a narrativa deixa algumas lacunas, que podem deixar os fãs um pouco frustrados. Mas, de qualquer forma, vale à pena jogá-la por inteiro e curtir este modo inédito. Para quem ainda não está confortável com os comandos, é possível selecionar entre três níveis de dificuldade.
O que falar dos gráficos, músicas e efeitos sonoros?
Quem acompanha a franquia ao longo de seus 23 anos, não pode negar o quanto Tekken evoluiu graficamente. Tekken 7 atingiu o ápice neste sentido: a beleza dos cenários, a fluidez nos movimentos dos lutadores, iluminação, estão extremamente caprichados.
Os efeitos sonoros também mostram clara evolução. Cada: soco e chute desferido nos oponentes empolga o jogador a partir para o adversário em busca do nocaute. Uma grande sacada desta vez, é a presença da playlist de todas as versões do Tekken desde a sua primeira versão, o que permite customizar as trilhas sonoras ao gosto do jogador.
Um exército de lutadores
Um cast inicial de 38 lutadores, sem dúvida, é um quantitativo de respeito. Não precisar contar com DLCs (que quando não são pagos, dependem de horas a fio dedicação para desbloqueio) é algo esperado e desejável para um jogo de luta. Como já é costumeiro nos jogos de luta da NAMCO, temos um convidado especial: Akuma, do Street Fighter.
Akuma se encaixou perfeitamente no universo do Tekken, e está devidamente equilibrado em relação aos demais integrantes. E por falar em equilíbrio, é muito satisfatório poder escolher o lutador de sua preferência, e perceber que suas chances de vitória são reais. Felizmente, você não será obrigado a escolher meia dúzia de lutadores.
Customização extrema
A customização de lutadores geralmente é algo polêmico: enquanto alguns acham dispensável, outros gastam horas e horas customizando seu personagem preferido. Tekken 7 trouxe um modo customização bastante robusto, permitindo milhares de combinações possíveis.
Chapéu, óculos, calça, camisa, acessórios, tudo isso está disponível para deixar o personagem com a cara do jogador. Alguns destes itens estão disponíveis desde o início, outros são desbloqueados ao serem comprados com o dinheiro que se adquire ao longo das lutas.
E como está o modo online do Tekken 7?
A boa notícia é que o Tekken 7 está com uma ótima experiência online. O netcode está bastante satisfatório, a resposta aos comandos, excelente. Os adversários eram encontrados em poucos segundos, não tirando o jogador do sério. Sem contar que o jogo tem uma grande sacada, que é te deixar no modo treino enquanto aguarda um oponente.
Como já é de praxe em jogos de luta, você pode jogar partidas amistosas (ou seja, que não contam pontos), e partidas por ranking. Além disso, também tem uma opção de disputar torneios, na qual você criar seu próprio torneio, ou entrar em um torneio já existente, criado por outros jogadores.
Conclusão
Democrático, acessível, simples, porém, ao mesmo tempo, robusto. Se você é iniciante na franquia, facilmente se sentirá confortável em partir para a briga. Para os fãs das antigas, há uma variedade de coisas novas para aprender. Muitos de seus combos precisarão de boas horas de treino para serem executados com perfeição.
O ano de 2017 está presenteando os amantes de jogos de luta com excelentes opções. Tekken 7 é uma prova disso, Se você tem jogado apenas jogos de aventura e esporte, dê uma chance a ele, não irá se arrepender.