Farpoint: Vale a Pena?
Confira análise completa.
A sensação de sair atirando em uma aranha alienígena gigantesca e vê-la cair bem na sua frente com aquele alívio de ter saído vivo é uma das melhores coisas que você vai experimentar em um jogo do PlayStation VR por enquanto. E ela é possível em Farpoint, FPS futurista desenvolvido pela Impulse Gear que foi responsável pelo lançamento do VR Aim, controle em formato de arma que a Sony disponibilizou como acessório para seu óculos de realidade virtual.
Um bundle com o jogo e o controle custa US$ 80 nos EUA, e nos últimos meses estava bem complicado de encontrar. Recentemente, lojas como Best Buy e GameStop repuseram-no nos estoques. Aqui no Brasil, é difícil encontrar o pacote por menos de R$ 700, seja em revendas feitas pelas Lojas Americanas ou no Mercado Livre. Se você tem um PSVR e achar este bundle Farpoint com um preço justo, compre.
Provavelmente, daqui a alguns anos (ou até meses), ele parecerá apenas uma demonstração das grandes possibilidades que o PlayStation VR traz. Mas, por enquanto, ele é uma das experiências mais avançadas e impressionantes da realidade virtual no PlayStation. Claro, usando o VR Aim, e não o DualShock 4. Atirar com um controle em formato de arma faz toda a diferença em um FPS – criando um nível de imersão incrível.
Parapapapapapapa
A história de Farpoint é bem simples. Você é o piloto de uma nave que vai buscar dois cientistas no espaço e trazê-los de volta para a Terra. Só que na hora de eles saírem da estação espacial para a sua embarcação, algo dá errado e todos acabam indo parar em um planeta desconhecido. Lá, você tem que ir atrás dos sobreviventes, para reunir o grupo e tentar escapar deste local que é infestado de aranhas alienígenas assustadoras.
Mas não é do enredo que todo mundo quer saber em Farpoint, certo? O atrativo mesmo é o seu combate. É pegar o VR Aim e sair atirando. E nisso, meus amigos, ele é bom demais. O pioneiro neste tipo de interação no PlayStation VR. Se em alguns pontos o jogo tem pequenas falhas, que iremos abordar em breve, a jogabilidade é praticamente perfeita. Claro, se você jogar com o novo controle, porque com o joystick tradicional do PS4 não tem, nem de longe, a mesma sensação.
O sistema de rastreamento do VR Aim pela PlayStation Camera é perfeito. Seus movimentos são retratados fielmente no jogo. A mira funciona super bem, e a sua arma principal ainda ajuda, pois tem uma mira laser que facilita. E mesmo com a shotgun, que você adquire um pouco depois de começar a história, não é difícil de atirar. É muito mais real viver essa experiência usando o Aim Controller do que qualquer outra opção.
E o mais legal é que Farpoint tem movimentação livre, já que ao contrário do PS Move, o VR Aim conta com analógicos. Você anda no analógico esquerdo e, caso queira, pode ativar o analógico da direita para ajustar sua visão, o que pode causar náuseas, mas torna a experiência um pouco mais completa. Afinal, sem essa opção, você pode ter dificuldades de fazer movimentos rápidos – o que, no Modo História, não atrapalha tanto, mas no Co-Op pode ser bem prejudicial.
A imersão causada pelo VR Aim em Farpoint é incomparável. Você se sente, de fato, segurando a arma. Recarregando a shotgun. Disparando foguetes. Trocando de armas. É muito divertido, e mais do que isso, imersivo. Tudo isso com um visual de alto nível se comparado a outros jogos em realidade virtual. É uma excelente demonstração para quem sonha em um dia ver um jogo AAA de tiro, como Destiny, Call of Duty ou Battlefield, por exemplo, no PSVR. Sí, se puede.
Você vai suar!
Agora, nem tudo é perfeito, claro. A começar pelo enredo, que é bem simples e previsível, e vai sendo apresentado a você somente com algumas cutscenes – o que pode ser um pouco chato. Afinal, você está na realidade virtual para participar, não para ser espectador. A maior parte do que aconteceu você descobre simplesmente escaneando algumas memórias e vendo conversas entre os sobreviventes.
Além disso, tenha uma toalhinha por perto. Ou melhor, duas. Uma de rosto, para você. E outra, de preferência de microfibra, as lentes do VR. Farpoint fará você suar. Muito. Pelo seu ritmo de combates mais acelerado, pela movimentação livre e, claro, pelo peso de segurar o Aim. Pode parecer basteira, mas depois de alguns minutos, você vai perceber o quanto isso influencia. Por isso, inclusive, é recomendado jogar, no máximo, meia horinha de cada vez.
Outros dois pontos que não chegam a ser falhas, mas poderiam ser melhores, são os menus, de qualidade gráfica bem básica, e os inimigos. São aranhas com diversos tamanhos e recursos de combate diferentes, mas ainda assim, a variação é pouca. O tiroteio é bem legal, porque você se vê precisando de estratégias diferentes para cada inimigo, e em muitos casos eles vêm de várias direções, com você tendo que se posicionar muito bem.
Sem falar que, apesar de saírem de vários lugares, eles nunca te surpreendem com ataques por trás ou laterais. O que, claro, facilita as coisas, tanto do ponto de vista de combate como, é claro, para evitar o motion sickness. Acaba deixando a imersão um pouquinho artificial somente neste ponto. Mas nada disso tira a diversão do jogo. Certamente, você vai querer parar, limpar o suor e voltar a jogar em muitas ocasiões.
A campanha, cerca de cinco a seis horas de duração, é bem agradável, e o game tem também modos bônus e quatro níveis diferentes de Co-Op online, com hordas de inimigos para vocês derrotarem. O level design é bacana, as armas são bem feitas, a sonoplastia é ótima (dá até pra ouvir os passinhos das aranhas chegando), e no geral, mesmo sem inovar muito em conteúdo, Farpoint é um belo jogo.
Futuro
Não dá para ser “Obrigatório”, por ter falhas, como as apontadas acima, e porque o jogo não vem sempre com o VR Aim. Inclusive, se a análise for somente dele com o DualShock, provavelmente ele ganharia um selo de “Espere Uma Promoção”, já que custa US$ 50 na PlayStation Store. Seu grande atrativo é o tiroteio com o controle em formato de armas, e como foi essa a versão que foi testada, certamente é “Recomendado”.
Farpoint tem tudo o que um shooter no VR deveria ter – prós e contras. Para um game que teve o lançamento oficial em maio, ou seja, apenas sete meses após a chegada do VR ao mercado, ele é excelente. Assim como falamos de Skyrim VR, mais do que uma experiência excelente, é mais uma prova do potencial do dispositivo. Fica apenas a torcida para que o PSVR, e principalmente, o VR Aim ganhem mais opções de jogos em 2018.
Arizona Sunshine já foi lançado, Doom VFR vem aí, mas já imaginou, como falamos acima, uma série AAA mesmo, como foi com Resident Evil, chegar ao PlayStation VR com suporte para este controle tão inovador e imersivo? Certamente, a intenção da Sony Interactive com Farpoint seria dar uma amostra de como isso é possível. E eles foram muito bem sucedidos no projeto. Se você já tem ou pensa em comprar um PSVR, leve este bundle junto.
Veredito
Farpoint
Sistema: PlayStation VR
Desenvolvedor: Impulse Gear
Jogadores: Em rede 2-2
Comprar com DescontoVantagens
- Gameplay intenso
- Gráficos bonitos
Desvantagens
- Enredo simples
- Inimigos com pouca variação