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Dreams: vale a pena?

Uma experiência diferente de tudo o que você já viu nos games!

por Thiago Barros
Dreams: vale a pena?

Sonhos desejamos alcançar… Não, pera. Isso é Dragon Ball. Mas a canção da abertura do seriado é perfeita para Dreams. Ser alguém com um poder maior que você já tem. É isso, exatamente isso, o que a nova proposta da Media Molecule traz para os jogadores. Com a sua mente, é possível ir a mil lugares. E a imaginação te dará forças para voar.

Esse é o conceito básico de Dreams: sonhos. Imaginar. Deixar a mente fluir. Criar. Ou então aproveitar a criatividade da comunidade. É um mundo de possibilidades. Algo que nunca foi feito tão amplamente em consoles. Ele não é um jogo, é uma coletânea infinita de games. Se o povo abraçar, tem tudo para ser, de fato, um marco.

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Afinal, atualmente, o que temos são mais jogos relativamente simples e demonstrações do enorme potencial que a engine da Media Molecule oferece. Contudo, caso daqui a um mês, dois, os projetos evoluam como se espera, a proposta será extremamente bem sucedida e, sem dúvidas, ele se tornará um dos maiores títulos da geração.

Sonhar não custa nada

Já que estamos nos aproximando do Carnaval, por que não relembrar o samba da Mocidade Independente de Padre Miguel de 1992? Provavelmente, muitos dos que estão lendo sequer eram nascidos, mas ele tem trechos significativos, como “Sonhar não custa nada / O meu sonho é tão real” e “Deixe a sua mente vagar / Não custa nada sonhar”.

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No caso de Dreams, até custa. São R$ 164,90 na PlayStation Store, para ser mais exato. Mas é um valor irrisório perto de tudo o que essa experiência coloca na sua frente. É um universo, literalmente, infinito. A cada vez que você liga o console e inicia o jogo, várias novas criações poderão aparecer para lhe encantar.

Ele funciona assim: o jogo é dividido em “dois mundos”, um para criar e outro para curtir criações alheias. Após uma introdução bonitinha, você é apresentado ao seu “Bichim”, uma criatura fofinha que você controla nos menus do jogo e na hora de criar seus universos. Nessa parte, o jogo dá uma leve escorregada.

Não é fácil se acostumar aos comandos de movimento com o DualShock 4. Depois de um tempo jogando (algumas boas horas), você pega o jeito da coisa, mas a jogabilidade em Dreams é bem diferente do normal. É preciso mover o controle em todas as direções que você puder imaginar. Para quem está acostumado com o PSVR, é bem mais simples.

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Afinal, os comandos nos jogos de realidade virtual são assim. A luzinha do controle faz a diferença e funciona como um cursor de mouse. Você “aponta” para onde quer com ela e depois aperta um outro botão para realizar alguma determinada ação. É assim que o Imp caminha pela tela e você consegue posicionar objetos na hora da criação.

Mas, mesmo depois de pegar o jeito, não é fácil criar alguma coisa. É realmente incrível o trabalho que algumas pessoas estão fazendo no jogo, a ponto de recriar títulos clássicos, como o “remake” de P.T., que é um dos maiores sucessos de Dreams, fazer demonstrações impressionantes de gráficos e tecnologias, ou desenvolver coisas totalmente novas.

Quanto maior o sonho…

Os primeiros tutoriais dão uma ajudinha, há alguns mais avançados com especialistas que detalham bem os aspectos da criação, mas não é simples. É preciso dedicação. O que irá afastar alguns jogadores mais preguiçosos, certamente, porém pode ser um baita “estágio” para quem pensa em trabalhar com isso um dia.

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A quantidade de material disponível é assustadora – e sempre crescente. Você não precisa criar tudo do zero. Pode pegar inspirações e conteúdo de outros usuários. E não são só os jogos que fazem parte da biblioteca de sonhos de Dreams. O jogador também pode criar os seus próprios vídeos e canções. É uma ferramenta muito, muito impressionante.

É possível customizar tudo o que você quiser: o estilo do jogo, a câmera, o ambiente, o enredo… Há tutoriais sobre tudo e ferramentas para qualquer coisa. As possibilidades já parecem infinitas, e o jogo acabou de ser lançado (rolou um Early Access antes, mas só alguns meses).

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A própria Media Molecule colocou muita coisa nele – e, provavelmente, vai continuar fazendo isso. Seja em games finalizados, como o incrível Art’s Dreams, ou em elementos para qualquer um pegar e colocar nas suas criações. É até difícil avaliar o título, porque ele parece que não vai ser “completo” nunca. Sempre estará em evolução.

Dois fatos que devem acontecer em breve, por exemplo, prometem deixá-lo ainda melhor. O suporte ao PSVR, já confirmado, e a compatibilidade com o PS5, bastante especulada, mas, por enquanto, ainda não divulgada. Passos que, a médio/longo prazo, podem aumentar sua vida útil e torná-lo ainda mais digno do investimento.

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A própria customização do seu “homespace”, que é uma espécie de “pré-menu” onde todo jogador começa o jogo, já é bastante divertida e pode lhe fazer ficar horas e horas ali só para deixá-la bonitinha. O bacana é que você vai desbloqueando mais elementos para ela conforme vai jogando mais.

Também existem quests que seu “Bichim” comanda, com várias tarefas, que vão desde os primeiros tutoriais até coisas mais avançadas. Ou seja, não falta o que fazer em Dreams.

Curte e compartilha

“Dreams é uma rede social que oferece aos usuários as ferramentas usadas para criar jogos, curtas animados, música e muito mais para compartilhar com o mundo. Alguns jogadores gostam de simplesmente selecionar conteúdo para a comunidade ou oferecer feedback, outros usam o Dreams como uma ferramenta para transmitir ou criar vídeos, e muitos o usam para colaborar e experimentar com outros jogadores em todo o mundo”.

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Essa é uma descrição oficial da Sony sobre Dreams, e depois de destacar o lado criativo do título, é preciso também valorizar o “social”. Se você só quiser jogar o que os outros fizeram, pode fazê-lo e vai se divertir muito. E, caso isso aconteça, deixe seus likes. É possível curtir e seguir os jogos e seus criadores.

Por exemplo: você pode ver dois jogos incríveis do mesmo criador e querer saber qual será o seu próximo. Ou então pode ter curtido uma obra, mas ela ainda estar em fase inicial, então inscrever-se é importante para receber notificações sobre seu futuro. E seu comportamento nessa rede social ajuda a moldá-la perfeitamente para o seu gosto.

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É possível ver os sonhos criados mais recentemente, os mais curtidos pela comunidade, os criados pela Media Molecule e as recomendações para você. E em cada jogo, há fotos que foram feitas pelos jogadores, estatísticas de likes e plays e por aí vai. O aspecto social de Dreams é fundamental para o sucesso dele.

Mas e o gameplay como é? Bom, depende muito do jogo. Cada um tem as suas instruções, características próprias. Pense num daqueles consoles que vêm com 800 jogos embutidos, num emulador, algo assim. É a mesma coisa. Você seleciona o título e começa a se divertir nele. Simples assim. Sem firulas.

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Dentre esses títulos, é claro, há muita coisa original e outras criações inspiradas em muitos clássicos dos games. Silent Hills, Sonic, Mario, Minecraft, Tomb Raider, Crash Bandicoot, Star Wars, Zelda… Pode-se encontrar tudo isso em Dreams. Sem falar em uma versão de Fallout 4 que já vem ganhando destaque mundo afora – e não é à toa. É espetacular.

Outro aspecto social interessante de Dreams é a “Community Jam”. A cada semana, há um tema diferente para os jogadores criarem suas experiências e compartilharem com o mundo. Todos podem votar e eleger as melhores daquele determinado assunto. Mais uma proposta bem construída para manter a comunidade engajada no jogo.

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E vale lembrar que o game também tem um Modo Foto, que ajuda bastante na hora de tirar aquelas bonitas capturas de tela das suas criações favoritas. Sem contar a dublagem, que também merece elogios. O trabalho de localização da Sony nos seus exclusivos é excelente sempre, e esse é mais um caso claro disso.

Dreams: vale a pena?

É difícil fazer uma análise concreta sobre o Dreams. O melhor que se pode falar sobre ele é: todo mundo que tem um PlayStation 4 deve jogá-lo. Só não ganha o selo “Obrigatório” e a Nota 10, nesse momento, porque ainda está em uma fase inicial – mesmo saindo do “Early Access” oficialmente.

Muitas das melhores criações ainda são demos ou projetos embrionários, mas o que o seu futuro vislumbra é espetacular. E aí cabe ao jogador escolher se quer fazer parte disso do começo, ajudando a criar essa comunidade e esses múltiplos universos incríveis possíveis nesse jogo, ou se vai esperar para ver se tudo isso se concretizará em alguns meses.

É totalmente compreensível essa segunda postura, porém o que dá para garantir é que a satisfação que ele já garante atualmente é bem bacana. Só que, novamente, é preciso – realmente – se dedicar ao jogo para pegar o jeito de criar as coisas. E isso, outra vez, se tornará entediante para algumas pessoas.

Contudo, a sensação recompensadora de começar a acertar na criação é impressionante. Assim como navegar pelos sonhos dos outros e ver o quão talentosas algumas pessoas podem ser – e como a ferramenta da Media Molecule pode ajudá-las a demonstrar isso. Certamente, é uma experiência única.

Nada na história dos games de consoles até hoje foi tão inovador e demonstrou tanto potencial quanto Dreams. No Metacritic, por exemplo, ele tem média 90 dos especialistas. Resta torcer para que ele corresponda à enorme expectativa que o título criou sobre si mesmo. Se o fizer, é, sem dúvidas, candidato não somente ao GOTY, como a algo ainda maior para a indústria.

Veredito

Dreams
Dreams

Sistema: PlayStation 4

Desenvolvedor: Media Molecule

Jogadores: Online Multiplayer

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95 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Possibilidades Infinitas
  • Variedade de criações
  • Tutoriais bem explicativos
  • Potencial a longo prazo
  • Recompensador pela dedicação
Desvantagens
  • Jogabilidade difícil de pegar
  • Muitos jogos ainda em fase inicial
Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
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Jogando agora: Silent Hill 2
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.