Burnout Paradise Remastered: Vale a Pena?
Take me down to the Paradise City Where the grass is green and the girls are pretty...
Que levante a mão aquele gamer que, toda vez que ouve Paradise City, da banda Guns ‘n Roses, não se lembra imediatamente de Burnout Paradise. O jogo, sucesso de crítica e de vendas, ainda é um dos mais queridos entre os fãs de jogos de corrida. Não a toa, foi um dos mais premiados de sua época.
Agora, os felizes detentores de um PlayStation 4, e que não puderam aprecia-lo antes, podem ter esta fantástica experiência. Já aqueles que o jogaram antes podem querer reconsiderar a compra neste primeiro momento. Jogadores mais experientes (e nisso eu me incluo) perceberão que o jogo é exatamente aquele da geração passada.
Exceto pelos gráficos (bem!) mais aprimorados, a Electronic Arts trouxe todo jogo sem modificações. Nenhuma novidade foi acrescentada. Até mesmo o insuportável DJ Atomika retorna nesta remasterização. Mas como já dito acima, para aqueles que ainda não o conhecem, é um jogo quase obrigatório.
Então, fique ligado na Crash.fm, e bem vindo de volta ao mundo de Burnout!
https://www.youtube.com/watch?v=f4JqCmt9hzE
Voltando a Paradise City
Um dos aspectos mais inovadores de Burnout Paradise à sua época, e que permanece um marco até os dias de hoje, é sua liberdade. Durante as corridas, são dados os pontos de início e término das provas (ou mesmo o objetivo a ser alcançado). As rotas, contudo, ficam a cargo do jogador escolher.
Assim, as corridas tendem a ser dinâmicas e variar enormemente. Você pode querer aumentar o desafio, percorrendo rotas mais longas. Ou mesmo entrar em corridas de Road Rage (onde se vence ao alcançar o número de takedowns) com carros mais fracos. Entrar e sair das provas é simples, e existem inúmeras atividades a se executar no jogo.
A partir do momento em que o jogador tem o controle do carro, é dele a escolha do que fazer, quando fazer e como fazer. Tudo fica completamente a seu critério. A ordem de seu progresso no jogo, encontrar colecionáveis, enfim. Todas as atividades de Burnout Paradise Remastered podem ser executadas em qualquer ordem.
Carros são ganhos ao se completar determinados eventos, ou ainda ao alcançar um certo ponto de progresso no jogo. Como em outros jogos de corrida da série Need for Speed mais recentes, esses últimos precisam ser conquistados pelo jogador. O que pode ser uma tarefa divertida, ou frustrante.
Além da forma, conteúdo
Burnout Paradise Remastered chega com todo conteúdo já lançado. Os jogadores poderão apreciar, desde o início, tudo o que o jogo tem a oferecer. Isso quer dizer inúmeros carros novos, o modo Bikes, e a nova área a ser explorada, Big Surf Island. Além disso, novos modos de jogo multiplayer também estão disponíveis.
Há ainda o modo Cops n’ Robbers, que coloca os jogadores em confrontos de polícia/ladrão, e o modo Party, que funciona como o multiplayer local. Neste último, os jogadores compartilham um controle em rodadas de provas baseadas nos eventos do jogo.
Todos os modos de jogo podem ser aproveitados tanto online quanto offline. E a comunidade de jogadores sempre foi muito ativa no jogo anterior, mesmo depois de anos após seu lançamento. E de se esperar que neste a situação se repita.
Tudo lindo em Burnout Paradise Remastered
Os gráficos do título estão exuberantes. Cores vivas, efeitos de luz, sombra e partículas e sensação de velocidade de tirar o fôlego constantemente impressionam. Mas o mais legal, definitivamente, é o nível de detalhes que se observa a todo momento.
As colisões dão um show a parte. Durante as corridas, cada takedown é um espetáculo visual incrível. O metal dos carros retorcendo, junto com os efeitos sonoros realistas, torna imersivo cada batida. É glorioso jogar um carro para fora da pista e o ver se tornar um monte de ferro amassado. E, claro, tudo fica ainda mais belo em um PS4 Pro e uma TV 4k.
Além disso, a física do jogo é muito bem trabalhada. Os veículos não se comportam igualmente, sendo tudo levado em consideração: tamanho, peso, etc. Carros mais pesados são mais lentos e resistentes, e tendem a esmagar a concorrência com mais facilidade. Carros mais leves se desviam com mais facilidade, e são bem mais rápidos.
A trilha sonora é diversificada, indo do eletrônico, passando pelo rock, e até mesmo música clássica. Sério. Transformar oponentes em pilhas de ferro-velho retorcido ao som de “As Quatro Estações” de Vivaldi ainda é uma das experiências mais singulares que já experimentei.
Comprar ou não comprar? Eis a questão…
Burnout Paradise Remastered ainda é o mesmo título fantástico. Toda ação, diversão e sensação de velocidade absurda continuam lá. E o jogo vem com todo conteúdo extra já lançado (menos o pacote Time Savers), o que faz dessa compra uma “pechincha”, pelo que é oferecido. Mas ainda assim, sua aquisição deve ser vista com ressalvas.
O jogo é, como já dito, exatamente o mesmo do PS3, a não ser pelos gráficos. Até mesmo a lista de troféus é igual. Então, se você já explorou tudo em Paradise City, pode ser que queira avaliar aguardar uma promoção. Aquela sensação de “já vi isso antes” pode incomodar, e ela não demora a aparecer.
No entanto, se você, assim como eu, é fã incondicional da série, ou se nunca jogou esta pérola, não há dúvidas de que ele merece uma chance. A jogabilidade de mundo aberto, liberdade, e sensação de velocidade incomparáveis fazem deste um dos melhores jogos de corrida já lançados.
Burnout Paradise é o que um jogo de corrida deve ser. Controles precisos, jogabilidade dinâmica e imersiva, vasto conteúdo, trilha sonora excelente e gráficos arrebatadores. Sua versão Remastered é ainda mais bonito. Se considerar a aquisição, vale cada centavo.
E por fim, o jogo ainda apresentou outro problema sério: nos lembrou como a Criterion precisa fazer outro Burnout urgentemente.