Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics: vale a pena?
Coletânea reúne clássicos e alguns dos melhores jogos de luta de todos os tempos
Nostalgia e preservação. Duas palavrinhas muito importantes para entendermos melhor a chegada de Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics ao PlayStation 4, que não só volta, como reacende o interesse dos fãs pelos clássicos crossovers da Capcom.
Os pedidos para relançamentos dos jogos de luta da empresa japonesa que arrastaram jogadores aos fliperamas eram comuns, mas sempre se esbarravam em questões relacionadas a licenciamentos, principalmente do lado da Marvel. Após a explosão dos filmes e séries de herois, a Marvel apertou os cintos quanto ao licenciamento de suas propriedades, mas o grande dia finalmente chegou.
Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics é a coletânea que reúne:
- X-Men Children of the Atom
- Marvel Super Heroes
- X-Men vs Street Fighter
- Marvel Super Heroes vs Street Fighter
- Marvel vs Capcom Clash of Super Heroes
- Marvel vs Capcom 2 New Age of Heroes
- The Punisher
E eles chegam com algumas melhorias pontuais, mas essencialmente iguais aos originais, incluindo seus combates super competitivos e emocionantes, como seus deslizes com desbalanceamentos muito evidentes, principalmente em Marvel vs Capcom 2 New Age of Heroes, que apesar disso é a grande estrela do pacote.
Ainda que modestas, as melhorias são muito bem vindas e fazem uma baita diferença no fim das contas, permitindo que os jogadores acessem às versões americanas ou japonesas dos jogos, a possibilidade de acessar um modo museu, que conta com várias artes conceituais, esboços e outros documentos, salvamento rápido – se você estiver prestes a enfrentar uma difícil batalha, pode simplesmente salvar o jogo e tentar quantas vezes quiser, suporte aos troféus e até botões rápidos para golpes especiais.
Além, é claro, de modos online, com netcode rollback, que melhora significativamente a experiência. Mas se prepare, há uma quantidade bem grande de jogadores “viciados”, capazes de destruir seus personagens com combos espetaculares, principalmente por abuso dos desbalanços de alguns heróis.
Vale a pena fazer um “passeio” pelos jogos e acompanhar sua evolução conforme os lançamentos. Observar que X-Men Children of the Atom é um game bem mais modesto, com poucos personagens para seleção e lutas 1 vs 1. Já o Marvel Super Heroes traz os icônicos heróis da Marvel em suas versões mais alinhadas com os quadrinhos, o que talvez gere um pouquinho de estranheza em quem só viu os filmes, mas ainda sim é muito bacana, principalmente pelo uso das Jóias do Infinito, que concedem melhorias especifícas durante as partidas.
Bem parecidos, X-Men vs Street Fighter e Marvel Super Heroes vs Street Fighter trazem como principal diferença os elencos, o primeiro focado nos mutantes, o segundo nos super heróis. Ambos são muito rápidos, dinâmicos e permitem que você chame uma ajudinha de um companheiro durante as lutas. Algo bem semelhante ao implementado pelos Kameos em Mortal Kombat 1.
E, finalmente, as duas grandes estrelas, Marvel vs Capcom, os grandes blockbusters da Capcom, jogos que literalmente fizeram a cabeça de muitos jogadores no fim dos anos 90, início dos 2000. Eu não sei na sua cidade, mas aqui na minha os fliperamas viviam lotados e estes eram os arcades mais disputados ao lado de Tekken. A muleca simplesmente ia ao delírio com as músicas, cenários com elementos em 3D, combinações esdrúxulas e os personagens roubados.
Está tudo aqui, novamente, distante apenas uma PlayStation Store de distância. Marvel vs Capcom 2 é o jogo que talvez arraste a maior parte dos jogadores, não só pela sua competência em lutas 3 vs 3 emblemáticas, mas por seu enorme componente nostálgico, agora potencializado por conectividade online, que pode ser mesmo um diferencial para reviver os bons tempos do arcades.
A coletânea só fica devendo mesmo pela ausência de modos de treinamento mais robustos, com guias de combos e personagens, algo super comum nos jogos de luta atuais. Ainda assim, é uma ausência bem justificada, já que os originais não continham estas possibilidades e seria bem complicado implementar novas funcionalidades nos dias atuais.
E por fim, não nos esquecemos do jogo do Justiceiro. Não é exatamente um jogo de luta, mas você pode distribuir sopapos em um beat, em up bem divertido, onde seu objetivo é derrotar o Rei do Crime.
Ainda que seja bem velhinho, é possível experimentá-lo em co-op (inclusive online), onde ninguém menos que Nick Fury é o segundo personagem jogável. A ideia é simples, progredir lateralmente, enfrentando adversários variados e chefões ao fim de cada fase.
A boa notícia é que a Capcom facilitou um pouco. Agora é possível configurar “continues infinitos”, de modo que é possível zerá-lo em pouco menos de 1h30. Senao fosse isso, o jogo seria bem mais difícil, igual a todos os outros beat em up clássicos.
Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics: vale a pena
A coletânea é indispensável para os fãs de jogos de luta da Capcom, tanto para os mais velhinhos, que vivenciaram essa época em sua plenitude, como para os novatos conhecerem melhor.
São jogos memoráveis, capazes de reacender a chama da nostalgia, ao mesmo tempo em que preservam o legado, possibilitando que estas joias não sejam esquecidas pelo tempo e pela modernidade.
O único ponto aqui é seu preço, como em todos os jogos. O pacote poderia vir por um precinho mais atrativo para os brasileiros. Na loja do PlayStation, o jogo é vendido por R$ 231,90, o que pode afastar um montão de interessados.
Veredito
Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics
Sistema: PlayStation 4
Desenvolvedor: Capcom
Jogadores: 1 - 2
Comprar com DescontoVantagens
- Super coletânea com vários clássicos
- Preservação
- Adicionais interessantes
- Modo online com rollback
- Jogos ainda continuam ótimos
Desvantagens
- Ausência de melhores modos de treinamento
- Poderia ser mais barato