Astro Bot: vale a pena?

“À medida que construímos este jogo, sempre houve um pensamento conosco: colocar sorrisos nos rostos dos jogadores, sejam eles jogadores experientes ou recém-chegados, e descobrir as alegrias simples das plataformas 3D.” Esta foi a mensagem enviada pelo Team Asobi ao nos entregar a cópia de Astro Bot.

E já dando um spoiler, o sorriso será seu companheiro mais fiel ao se aventurar com o robozinho azul nesta nova jornada. Desta vez, um jogo completo mesmo. Com tudo o que tem direito.

Astro Bot é muito divertido, com a cara e toneladas de referências aos 30 anos de PlayStation, além de um uso exemplar do DualSense.

Se vale a pena? Demais!

O Astro da PlayStation

Astro e seus amigos viajavam pela galáxia através da nave PlayStation 5, quando um inimigo perverso os atacou sorrateiramente, causando terríveis danos no console, provocando sua queda em um planeta distante.

Cabe ao Astro Bot resgatar os componentes mais importantes da nave (memória, processador, SSD, ventoinha e capa) e colocá-la de volta no espaço, ao mesmo tempo em que reúne todos os demais bots. Simples assim.

Então, montado no Dual Speeder, o botzinho viaja por mais de 50 planetas, encontrando amigos, descobrindo segredos, enfrentando chefões, explorando cada cenário único e se divertindo.

A grande sacada em Astro Bot é resgatar os 300 bots em todos oslocais, sendo mais de 150 deles herois icônicos que fizeram a alegria dos fãs em centenas de jogos memoráveis.

 

Os bots resgatados ajudam a reconstruir a nave espacial, liberar novas áreas, planetas, que liberam mais bots, que destravam mais segredos e assim sucessivamente.

O jogo acerta no alvo ao esconder cada um dos robozinhos em locais, muitas vezes, de difícil acesso. Cada descoberta é uma memória desbloqueada das nossas infâncias ao lado de PS1, PS2, PS3, PSP, Vita e PS4.

Tem de tudo, de personagens de enorme representatividade como Kratos, Crash, Ratchet e Aloy, a outros de jogos terceiros que também têm um lugar especial no coração dos jogadores. Claro, não vamos contar quais são todos eles, porque isso é justamente a melhor parte do jogo: a descoberta.

E, ao fim de cada level, dá aquele sentimento de “frustração” quando deixamos algum para trás, mas também de alegria e expectativa para repetir as fases mais uma vez até descobrimos tudo. É um jogo com alto fator replay!

Cada cenário é bastante único, mais abertos e bem criativos, bonitos e cheios de cor. Explorar as praias, florestas, nuvens, águas e plataformas traz uma sensação de felicidade e diversão simples, sem mistérios, como nos velhos tempos e até nos faz repensarmos alguns conceitos atuais: quando foi que passamos a preferir jogos bem mais complexos, mas sem o brilho da diversão?

Ainda mais legais, são as novas habilidades do mascote da PlayStation, agora capaz de usar mochilas a jato, flutuar, se balançar, socar…são várias coisinhas bem divertidas, sempre alinhadas com cada fase.

As fases também estão ligeiramente mais desafiantes – nada complicado, na verdade -, com mais níveis, espaços para serem alcançados, formas de se jogar e até segredos que liberam outras aventuras. Então é super importante ficar atento em cada detalhe, já que ele pode esconder algo.

Algumas se destacam mais do que as outras, claro, principalmente as inspiradas em clássicos da casa. São níveis especiais inteiramente desenhados representando uma grande franquia. E não só isso, a jogabilidade também é adaptada levando em consideração os personagens.

Sem estragar as surpresas, Astro empunha novos equipamentos e explora um divertidíssimo nível com mais bots, novos chefes e mais diversão. São inúmeras referências, capazes de impressionar até o Capitão América.

Por fim, os desafios. O jogo conta com alguns desafios um pouquinho mais complicados, que exigem mais coordenação motora, timing e persistência. Repetir algumas vezes faz parte da experiência.

Tudo isso contribui para a sensação de que temos aqui um jogo de verdade e não apenas uma demo tech, como era com Astro’s Playroom, que embora seja bem interessante, era mesmo uma demonstração das capacidades do console que acabara de ser lançado.

E já que falamos do DualSense…ele, uma vez mais, é uma estrela da jogatina. É, literalmente, sentir o gameplay nas mãos. A resposta tátil é absolutamente incrível, fazendo o jogador sentir quando a chuva cai, quando o chão é mais arenoso, a sensação de ficar equilibrando em cordas.

Nenhum outro jogo lançado para PlayStation 5 até aqui consegue aproveitar tão bem as funções do controle como Astro Bot e, pelo andar da carruagem, dificilmente outros títulos o farão, já que as editoras têm explorado pouco o acessório, o que é uma pena.

Fechando o pacote, temos a excelente sonoplastia, que é primorosa desde os elementos dos robozinhos, os sons ambientais, no DualSense, aos arranjos das canções. São mais de 80 trilhas sonoras diferentes, usadas nas fases, nas boss battles, mini chefes e muito mais. Você vai parar o jogo só para curtir o som.

Astro Bot: vale a pena?

A resposta já foi dada lá no comecinho. Astro Bot é um jogo incrível, praticamente uma homenagem aos 30 anos da divisão PlayStation. Com fases criativas, muitos segredinhos, com uma sonoplastia espetacular e um DualSense maravilhoso, é o grande destaque da Sony em 2024.

De defeitos? Poucos detalhes, sempre no sentido de que o projeto “poderia” ser maior se fizesse tal coisa. A variedade de inimigos poderia ser mais ampla, talvez mais levels especiais inspirados em grandes franquias da Sony e ser simplesmente mais longo.

O jogo exige um investimento de aproximadamente entre 9 a 10 horas, com uma boa variedade de bots resgatados. O total para platinar vai ficar em torno de 12 a 15 horas, dependendo das habilidades e ritmo dos jogadores.

Ainda que pareça curto, são horas que, definitivamente, valem a pena. É meio que na vibe “que seja eterno enquanto dure esse amor, que dure para sempre”.