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Crise na Bungie? Demissões e reestruturação profunda marcam nova fase

Demissões nos últimos anos, projetos cancelados e más decisões executivas teriam acionado sinal vermelho

por André Custodio
Crise na Bungie? Demissões e reestruturação profunda marcam nova fase

Uma extensa reportagem da Bloomberg sugeriu que a Bungie vem enfrentando uma grande crise desde a pandemia. Com mudanças na estrutura, decisões duvidosas e ambição incompatível, o estúdio pode ter sofrido o que já estava praticamente premeditado.

A desenvolvedora anunciou cortes significativos em sua equipe, reduzindo de 1.300 para cerca de 850 funcionários. A decisão, que impacta profundamente a natureza da empresa, incluiu a demissão de 220 colaboradores, entre eles executivos de longa data.

As áreas mais afetadas foram áudio, narrativa e suporte ao jogador. Com isso, ex-funcionários compartilharam suas histórias nas redes sociais e chegaram a mencionar um evento relacionado a uma colaboradora que estava prestes a entrar em licença maternidade.

Além disso, o estúdio de Destiny 2 planeja transferir 155 funcionários para a Sony Interactive Entertainment e criar uma nova empresa de jogos dentro da Sony, focada no projeto ainda em fases iniciais, Gummybears. As informações foram divulgadas por Jason Schreier.

Anos problemáticos para a Bungie

Fundada em 1991, a Bungie é conhecida por franquias como Halo e Destiny. No entanto, nos últimos dois anos, a empresa enfrentou dificuldades financeiras, levando a cortes de custos, congelamento de salários e demissões.

Segundo funcionários não identificados, esse crescimento teria sido rápido demais e levou os devs a trabalharem em muitos projetos simultaneamente, negligenciando seu principal gerador de receita, Destiny 2.

Destiny 2
Fonte: Bungie

O CEO Pete Parsons foi criticado por não assumir responsabilidade por decisões equivocadas e por ser excessivamente otimista em suas comunicações. A “magia da Bungie”, um mantra de confiança, foi mencionada como um fator que contribuiu para a situação atual.

Enquanto isso, a parceria com a Activision, que exigia lançamentos anuais, mostrou-se insustentável, levando à separação em 2019. Desde então, Destiny 2 foi transformado em um jogo de “serviço ao vivo”, com atualizações regulares.

Compra pela Sony não ocorreu como esperado

Em 2022, a Sony adquiriu a Bungie por US$ 3,6 bilhões, visando expandir suas ambições em jogos de serviço ao vivo. No entanto, os desafios começaram cedo, enquanto trabalhava com a expansão Queda da Luz e com o desenvolvimento de Marathon.

O DLC mais recente do game, A Forma Final, também enfrentou dificuldades e precisou de mais tempo para ser concluída. Em uma reunião no final de 2023, Parsons informou que a empresa não atingiu suas metas de receita, resultando em mais demissões.

A Bungie cancelou o projeto Payback para focar em jogos mais iminentes, como Marathon, previsto para 2025. Além disso, o estúdio continuará atualizando Destiny 2, mas com conteúdos menores e sem expansões pagas regulares.

Marathon
Fonte: Bungie

O novo diretor, Tyson Green, planeja atrair jogadores com lançamentos de conteúdo em menor escala e gratuitos. Já os funcionários demitidos receberão pacotes de indenização e benefícios de saúde.

No momento, a Bungie enfrenta um futuro incerto, com uma equipe menor e desafios significativos pela frente. Essas informações teriam sido corroboradas por fontes internas, mas a desenvolvedora não se pronunciou oficialmente sobre algumas delas.