PlayStation Portal: vale a pena?

Há muitos anos, a Sony vem investindo na área de jogabilidade remota através de um aplicativo específico. Como o Remote Play era funcional em dispositivos compatíveis, o ideal era esperar que, algum dia, ele sofresse um boom para se ajustar aos consoles recentes.

Felizmente, quem acredita sempre alcança. E a partir deste ano, consumidores brasileiros já podem adquirir o PlayStation Portal, dispositivo portátil com função de reproduzir a tela do PS5, em lojas selecionadas do varejo.

Por aqui, ele já está disponível na Amazon Brasil, saindo por preços que giram R$ 1400 a R$ 1800. Mas será que ele garante um bom custo-benefício, visto seu uso essencialmente online?

Especificações técnicas do PlayStation Portal

O PlayStation Portal é um dispositivo portátil de streaming de jogos que se conecta ao PS5 via Remote Play. Ele só pode transmitir jogos que estejam instalados localmente no console e requer uma velocidade mínima de download de Wi-Fi de 15Mbps.

O PlayStation 5 deve estar conectado à internet e a uma TV para que o Portal funcione, e o dispositivo não pode executar aplicativos nativamente. Além disso, ele se conecta rapidamente ao videogame caso ele esteja em stand by.

• Display: 8 polegadas, 1920 x 1080, touchscreen, 60Hz IPS
• Conectividade: USB-C (apenas carregamento), entrada de headsets 3.5mm, PS Link, Wi-Fi 5
• Peso: 1,08kg
• Dimensões: 337 x 150 x 95 mm
• Bateria: Built-in íon-lítio

Experiência de jogo no dispositivo

O portátil é confortável de segurar, com ergonomia semelhante ao DualSense do PS5, o que reduz a tensão nos pulsos e nos dedos. Enquanto isso, os pads dos thumbsticks são menores que os do controle, facilitando o manuseio para quem tem polegares pequenos.

O PlayStation Portal também inclui suporte aos recursos tecnológicos do acessório. Isso quer dizer que os jogadores podem configurar, pelo próprio equipamento, a intensidade do feedback tátil. Games compatíveis com gatilhos adaptáveis também conferem uso ativo.

Outro destaque positivo fica por conta da grande tela LCD de 8 polegadas. A qualidade do display não chega a ser uma OLED, mas tendo em mente que essa característica encareceria bastante o equipamento, os padrões atuais oferecem bom custo-benefício.

Já a bateria aguenta de 7 a 8h de uso contínuo, mesmo com volume e brilho de tela na capacidade máxima. Ele também entra em modo de stand by e consome carga, mas em uma velocidade menor, levando pouco tempo para ser carregado do início ao fim.

O sistema de som também é um destaque muito positivo. O áudio é excelente e possui um ajuste simples por botões físicos no topo da tela. E assim como o DualSense, ele possui microfone integrado para jogatinas em parties.

Por fim, é importante pontuar a rápida integração com o PS5. A conexão ocorre em poucos segundos caso não seja a primeira vez. Nos testes, casos de alternar rede Wi-Fi ou de ativar o PlayStation Portal em locais quilômetros mais distantes trouxeram demora maior.

Lembre-se: constantemente falamos em “rede Wi-Fi”. A conectividade com redes móveis não ocorre de forma alguma, mas uma atualização recente permite ao console acessar tanto banda 2,4GHz quanto 5GHz.

E os jogos? Rodam bem?

O PlayStation Portal possui um desempenho satisfatório rodando todos os tipos de jogos. Há menos de 1s de atraso em relação ao uso na televisão ou em monitores, mas ele é praticamente imperceptível com a convivência.

Já em termos de games, eles funcionam a 60 FPS, quando suportados, e com uma excelente resolução, impulsionada pela alta qualidade gráfica do display LCD. Porém, isso é válido de acordo com a distância para a fonte central de internet.

Quanto mais se distancia do roteador, mas o console começa a dar engasgos, tanto nos games quanto na interface do PS5. Isso reflete na capacidade de buffering do título aberto, no visual da tela e, consequentemente, no funcionamento do dispositivo.

Residências ou estabelecimentos com redes mesh são mais recomendados, em especial pelo tipo de integração Wi-Fi ocorrer com uma cobertura aprimorada. Caso o local só possua um roteador, é importante você entender a partir de qual distância há impacto.

Além disso, as especificações do PlayStation Portal recomendam um mínimo de velocidade de download de 15Mbps. Nos testes, um ótimo desempenho foi percebido em redes com mais de 700MB. A performance começa a decair abaixo dos 400 MB.

Enquanto isso, games online, como Fortnite e Call of Duty, que exigem mais internet por conta da exigência da rede, são mais pesados em termos de uso do sistema. Então é essencial montar um ecossistema que atenda às expectativas de seu estilo de vida.

Em mais de 50h testadas de PlayStation Portal, não houve crases ou instabilidades no sistema. Já a conexão com a internet é rápida em casos de quedas e os jogos se sustentam por uns minutos caso haja falhas ocasionais e não comprometidas por problemas na energia.

Falhas na qualidade de vida podem incomodar os mais exigentes

Os controles do touchpad são confusos e mal projetados, dificultando a navegação e a jogabilidade em diferentes games. Já a ausência de conectividade Bluetooth limita as opções de fones de ouvido sem fio, que são integradas através da função PS Link.

O PlayStation Portal também apresenta falhas de qualidade de vida, como a incapacidade de alternar entre perfis de jogador no próprio dispositivo e a falta de suporte para jogos na nuvem, apesar dessa tecnologia não existir no Brasil.

O sistema também apresenta algumas limitações, visto que as funções de configurações na TV são significativamente maiores (por razões óbvias de suporte). E caso você queira o console para assistir serviços de streaming, a aba de mídia está indisponível.

PlayStation Portal: vale a pena?

Em resumo, o PlayStation Portal funciona bem se você tiver uma conexão Wi-Fi rápida e estável e oferece muitas vantagens de experiência em relação ao Remote Play, devido ao suporte completo com as tecnologias do DualSense.

O dispositivo é excelente para quem busca desligar a TV por algumas horas e aproveitar uma jogatina portátil e confortável. Sua capacidade de rodar bem os games permite que eles sejam levados a qualquer local com internet.

Porém, aqui alertamos sobre questões de necessidade. Caso você não tenha hábitos com portáteis, jogue videogame apenas em sua casa ou não seja detentor de um Wi-Fi realmente bom, seria uma compra que resultaria em um desperdício num futuro muito próximo.

Ele não é tão caro quanto o Nintendo Switch e sequer arranha a superfície do Steam Deck ou do Rog Ally, mas possui funcionalidades bastante específicas e diferentes. No PlayStation Portal, não há qualquer possibilidade de iniciar jogos de forma offline.