Dragon Ball Xenoverse 2: Vale a Pena?
No início dos anos 2000, um programa chamado Band Kids tornou-se popular por apresentar animes de sucesso. Entre eles, estava a saga Dragon Ball, que já havia dado as caras nas telinhas nos anos 90. A saga Z do anime tornou-se viral, e só se falava de Goku nas rodinhas de amigos.
Apesar de ter sido popularizado nas telinhas, Dragon Ball começou sua jornada nos mangás. No decorrer dos anos, com a ascensão dos videogames no mercado, as empresas acharam que seria um bom negócio lançar jogos da saga. Algumas dessas ideias deram certo, outras, infelizmente, não vingaram.
Dragon Ball foi muito infeliz nos consoles, pois sempre repetia uma história da qual o público já havia se cansado. Fiquei receoso ao ficar responsável pela análise de Xenoverse 2, pois achava que ficaria no tédio de ter que enfrentar os mesmos inimigos outra vez. Mas, felizmente, não foi o que aconteceu.
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Dono do tempo
Você, como patrulheiro do tempo, deve impedir que as forças do mal alterem as histórias da saga. Para isso, você deve criar seu próprio personagem, escolhendo a raça (saiyajin, terráqueo, freeza, majin-boo, namekusei), tipo de cabelo, boca, olhos e orelhas. A customização é fraca nesse ponto, pois há poucas opções para montar seu guerreiro, limitando o jogador.
Sua jornada começa em Conton City, antiga Toki Toki. Recepcionado pela Kaioshin do Tempo, você é apresentado às missões que o jogo lhe oferece e a algumas regras básicas. Lá dentro por exemplo, não se pode voar sem o auxílio de um equipamento. No entanto, quando você consegue a licença para isso, pode ir a lugares antes inacessíveis.
Antes de começar o jogo, é importante ter em mente que caso você tenha o save de Xenoverse 1 em seu console, poderá importar seu guerreiro, assim como algumas habilidades e trajes. É a partir disso também que o herói que salvou o universo da primeira vez é definido. Caso não tenha o save do jogo anterior, ele é escolhido aleatoriamente.
Tudo novo…
Xenoverse 2 conta com um mapa aberto, totalmente diferente da versão anterior. Não há necessidade de ficar atravessando portais e esperar por loadings eternos que aparentam travamento do jogo. Isso infelizmente foi trazido para a nova versão ao entrar em missões, mostrando certo descaso.
O mapa mostra os pontos de interesse e a legenda para cada um deles. Há diversas side-quests a serem cumpridas. As mais divertidas são as chamadas Evento do Instrutor. Nelas, você interage com personagens clássicos (heróis e vilões) e aprende suas técnicas mais poderosas. Quanto maior seu nível, melhor serão seus instrutores.
Nas chamadas Missões Paralelas, você pode adquirir as Medalhas PT. Elas servem como Zeni (a moeda do jogo), mas mais valiosas. Existe uma loja exclusiva para gastar essas medalhas, mas ela só abre de sexta à domingo.
Por ser um guerreiro criado por você, há possibilidade de personaliza-lo com as técnicas que você mais gosta. Você pode também aumentar seus atributos como Ki, dano de ataques básicos e Pontos de Vida, deixando-o mais forte e impedindo que os trajes diminuam seus status.
Nas missões offline, é possível usar seu herói ou algum dos personagens desbloqueados durante a história principal. A vantagem em usar seu próprio combatente, é ter todos os golpes que você considera poderosos e garantir a vitória. Jogar com os personagens da saga acaba se tornando descartável, considerando o fato de que seus status não se alteram.
…de novo?
Dragon Ball Xenoverse 2 é uma desculpa para apresentar os personagens e formas de Dragon Ball Super, anime que dá continuidade à Dragon Ball Z. Tudo é apresentado ao jogador como novo, mas ao entrar em missão, você se depara com a mesma história que já foi repetida diversas vezes.
Mudanças foram feitas para que o jogo não ficasse muito parecido com o antecessor. A presença de personagens como Coola, irmão de Freeza, e mudanças em determinadas batalhas, faz você ter uma sensação menor de Déja Vu. No entanto, para quem jogou a série antes, vai perceber cenas repetidas em determinados eventos.
Os gráficos por sua vez continuam muito bem desenhados e coloridos. Entretanto, ao entrar em batalha, todas aquelas cores tornam-se opacas, colocando uma tonalidade mais escura no lugar. Já o som é chato e repetitivo.
A jogabilidade continua fácil e intuitiva, permitindo que você faça uma combinação de golpes com apenas dois botões. Claro, existem determinadas técnicas que exigem mais domínio e pensamento rápido na hora de executá-los.
A dublagem é ruim e fora de sincronismo. Há opção de mudar o áudio para Japonês, algo que deixa a experiência mais agradável. E não se preocupem, pois o jogo possui legendas e, tirando o áudio, ele é todo localizado para nosso idioma.
Entre amigos
O modo online, assim como o offline, são divertidos. Fazer as missões ao lado de um amigo no mesmo ambiente, ou do outro lado do globo, torna tudo mais prazeroso. No entanto, em nossos testes, as quedas de servidor foram frequentes, impossibilitando uma experimentação mais profunda. E quando funcionava, havia muito lag.
A sala multijogador online é escolhida antes de você iniciar o jogo. Há um limite de 3hrs para ficar no local, impedindo que o jogador viva de fato o ambiente. Caso você decida por ficar na sala convencional, ou seja, a “offline“, você verá jogadores em forma de NPC (Non Playing Characters) com seu respectivo nome em cima da cabeça, destacado em amarelo.
As Missões Paralelas online também permitem que você escolha qualquer personagem clássico da série para ser seu combatente. Um ponto legal é que qualquer jogador pode invadir sua sala e te desafiar a uma luta ao lados de mais três amigos, rendendo mais prêmios e experiência.
Vale?
A saga que mais se vê sendo adaptada é a Z. Isso porque a GT, além de não fazer parte da história oficial, não agradou ao público. No entanto, a insatisfação não foi o suficiente para impedir que jogos baseados na saga fossem lançados.
A Saga Z também não se safou de jogos que foram mal vistos. A série Budokai, lançada para PlayStation 2, é a predileta do público, pois traz uma proposta interessante onde estratégia e força devem andar juntas.
Aí você se questiona: vale a pena se eu já tiver Xenoverse 1? E a resposta é: depende.
Como dito anteriormente, Dragon Ball Xenoverse 2 pode ser considerado como um pretexto para saga Super. As anomalias temporais continuam ocorrendo na saga Z, por este motivo, as mudanças se destacam na inclusão dos novos personagens. Aqui, por outro lado, você verá o desfecho da história de Towa e Mira, vilões do primeiro jogo.
Xenoverse 2 possui muitas missões e faz com que você fique entretido por muito tempo em busca de novos trajes e habilidades. Mas, o custo-benefício ainda não é uma equação equilibrada, mesmo para aqueles que não jogaram a série. Ver repetidas vezes a saga Z tendo seu desfecho alterado cansa, até mesmo para quem acompanha o animê desde pequeno.
Veredito
Dragon Ball Xenoverse 2
Sistema: PlayStation 4
Desenvolvedor: Bandai Namco
Jogadores: 1
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