Sanções dos EUA podem incentivar produção da China, diz CEO da Intel
Chefe da Intel acredita que existe uma "linha mágica" para balancear corretamente as restrições ao mercado de tecnologia na China
As sanções comerciais que os EUA têm imposto à China podem sair pela culatra e resultar no avanço do desenvolvimento de chips no país asiático. É nisso que acredita o CEO da Intel, Pat Gelsinger, que comentou sobre o assunto numa coletiva recente durante a Computex 2024.
Gelsinger foi perguntado pelo Tom’s Hardware se as restrições dos EUA contra a China poderiam ser relaxadas eventualmente, e se elas não estariam fomentando o crescimento de futuros competidores para a Intel. O executivo respondeu (em tradução livre):
“As restrições de exportação, para mim, são como uma linha mágica, então eu cheguei a comentar que se essa linha for muito restritiva, a China vai ter que criar seus próprios chips. E aí, para mim, existe um equilíbrio muito cuidadoso do que deve ser apropriado.”
O chefe da Intel não se opôs às sanções comerciais, mas comentou que elas não podem ser restritivas demais – até porque a empresa quer ter a oportunidade de vender para o país também. Gelsinger comentou em especial sobre EUV:
“Por causa das restrições de exportação de tecnologia em coisas como EUV, nós vemos que a atração de produtos globais, e produtos da Intel, vai continuar a ser alta porque haverá meio que um piso que será difícil para os fabricantes locais de semicondutores da China superarem.”
O executivo diz ainda que “obviamente” a Intel vai continuar a tentar exportar todos os seus produtos para a China, o que inclui os recém-lançados aceleradores Gaudi, para IA.
Chefe da Intel fala apenas de oportunidades comerciais
É interessante notar como a fala de Gelsinger a respeito das sanções contra a China menciona apenas oportunidades comerciais para sua empresa – e como seria interessante manter essas restrições de maneira “equilibrada”.
Na transcrição do site Tom’s Hardware, o executivo não fala em nenhum momento sobre a questão da segurança nacional, que seria o principal motivo alegado pelos EUA para atrapalhar a capacidade da China de competir no mercado de tecnologia. Leia mais aqui.