Prince of Persia: The Lost Crown: vale a pena?

Prince of Persia: The Lost Crown é uma reinvenção da saga, um tributo à série e um marco. Desenvolvido pela equipe da Ubisoft Montpellier, o jogo é um desafio para combinar a alma da franquia com elementos novos. A façanha foi conquistada.

O jogo adota o estilo metroidvania, com explorações entre plataformas. O sistema de combate e a progressão incentivam os jogadores a se aprofundarem no universo do jogo.

Apesar de alguns obstáculos técnicos, a experiência é predominantemente positiva. Prince of Persia: The Lost Crown é um jogo que promete um novo capítulo na saga, com Sargon como um protagonista, pronto para escrever um novo capítulo na história de Prince of Persia.

Vivas ao Rei

“A Saga de Sargon e os Sete Imortais” segue a história de uma elite, os Imortais, encarregada de proteger a Pérsia. Convocados pela Rainha Tomyris, eles têm a missão de resgatar o Príncipe Ghassan, sequestrado no Monte Qaf. A história explora a busca e revela os responsáveis pelo sequestro.

Sargon, diferente dos heróis tradicionais, não pertence à realeza. Sua origem e características como impulsividade e coragem tornam a conexão com o jogador mais fácil. O arco de Sargon é focado em suas escolhas e consequências.

A Ubisoft opta por focar nos personagens mais do que na mitologia persa. No fim, a narrativa enfrenta desafios. O ritmo diminui e a imersão na lore do jogo não é tão profunda. Sargon e seus objetivos perdem complexidade, e a falta de envolvimento com a história persa é notável. Uma maior integração com o universo do jogo poderia ter melhorado a experiência.

Metroidvania clássico

The Lost Crown adota a jogabilidade metroidvania, oferecendo um estilo clássico ao gênero. O jogo apresenta um mapa com várias salas para explorar, algumas acessíveis apenas após conseguir itens específicos durante a campanha.

A escolha desse estilo de jogo enfatiza a exploração. O jogo foca na movimentação de Sargon, com salas que têm armadilhas e exigem habilidades especiais para superar desafios, como teletransporte, gancho, pulo duplo e esquiva no ar.

Prince of Persia é uma opção para quem procura um jogo longo. Conforme o jogador avança, novos cenários são desbloqueados, trazendo novas atividades e desafios. A história principal oferece cerca de 15 horas de jogo, mas completar 100% pode levar de 30 a 40 horas.

Além das missões principais, Sargon participa de side quests no Monte Qaf. Estas variam desde combater grupos de inimigos até encontrar objetos. Cada missão oferece uma recompensa, incentivando a exploração do mapa.

Ataque, esquiva, poder

A visão em 2D proporciona um gameplay ágil, diferente dos títulos anteriores. Sargon utiliza golpes tradicionais e habilidades especiais que mudam as batalhas. Os inimigos apresentam desafios variados ao longo da jornada.

O jogo tem cinco níveis de dificuldade, com o modo Heroico sendo mais desafiador na segunda metade. Neste modo, os tempos para o Parry são reduzidos, tornando os movimentos cruciais para a vitória ou derrota. As batalhas exigem que o jogador use recursos de exploração, como gancho ou pulo duplo, para esquivar-se dos ataques, especialmente dos chefões.

As boss battles têm qualidade. A apresentação dos inimigos e a curva de aprendizado nas lutas são bem planejadas. Os padrões dos chefões são desafiadores no início, mas o jogador aprende as estratégias com o tempo.

Os comandos são responsivos, sem atrasos. Uma defesa bem executada resulta em um contra-ataque, e os recursos são apresentados ao longo da batalha, permitindo ao jogador adaptar a estratégia ao seu estilo de jogo.

“Achei tendência”

O visual 2D é diferente do esperado por alguns fãs dos clássicos, mas essa escolha artística traz benefícios. Em certos momentos, o jogo lembra “Hades”, com diálogos que parecem saídos diretamente de uma HQ, especialmente nas interações entre Zagreus e os NPCs.

A arte do jogo parece inspirada em “Homem-Aranha no Aranhaverso”, utilizando cores e pinceladas na tela durante eventos significativos ou confrontos com vilões.

Os gráficos do jogo não são excepcionais, mas a direção artística é excelente. A modelagem de personagens e elementos em primeiro plano possui traços que remetem a jogos mais antigos.

A trilha sonora ajuda a criar um clima específico. Os sons durante as batalhas são marcantes, enquanto os momentos de exploração são acompanhados por ritmos persas.

Deslizes

Prince of Persia: The Lost Crown no PS5 não tem problemas de instabilidade de frames, suportando 4K e 120 FPS. No entanto, durante os testes, ocorreram alguns problemas técnicos.

Em um caso, após interagir com um NPC que deveria entregar um item, a câmera ficou travada por um tempo. A situação persistiu até que a animação necessária aconteceu, pouco antes de ser preciso carregar um save anterior.

Em outro momento, durante uma batalha com um chefe, o vilão se tornou invencível, resistindo a todos os ataques. Isso levou à necessidade de reiniciar a batalha para continuar.

Estes foram os únicos problemas em mais de 20 horas de jogo, mas são situações incômodas que ocorreram em momentos importantes.

Prince of Persia: The Lost Crown: vale a pena?

Prince of Persia: The Lost Crown atende às expectativas, honrando o legado da franquia e oferecendo uma visão original. O jogo é uma alternativa considerável ao remake de Sands of Time da própria Ubisoft.

É um jogo para quem busca diversão e uma aventura. Ele equilibra jogabilidade e narrativa, proporcionando uma experiência que apela tanto para veteranos da série quanto para novos jogadores.