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Horizon Call of the Mountain: vale a pena?

Primeiro grande jogo do PlayStation VR2, Horizon Call of the Mountain tem altos e baixos (literalmente); entenda

por Thiago Barros
Horizon Call of the Mountain: vale a pena?

Para atender ao chamado da montanha, você vai precisar de bastante preparo físico. Horizon Call of the Mountain é uma experiência muito bacana, e que mostra bem o potencial do PlayStation VR2, mas haja disposição para escalar tanto, viu? O jogo é quase que um “climbing simulator”, o que acaba ofuscando um pouco os pontos positivos do título.

Por exemplo: o combate. Usar o arco e flecha contra as máquinas na realidade virtual é realmente incrível. Desde a primeira batalha contra os inimigos que já são desafiadores pela nova mecânica, até as boss fights, é realmente uma maneira mais nova e muito mais imersiva de estar neste universo do que nunca. Além disso, toda a ambientação do jogo é impressionante.

Porém, há pouco da ação e muito da transpiração. Cada sessão de 30-40 minutinhos de jogo vai fazer com que você fique bem suado. O que até é normal em vários jogos de realidade virtual, mas Horizon levou isso a outro patamar. No fim das contas, é uma aventura bastante válida e quase obrigatória para quem tem (ou quer ter) o PS VR2. Mesmo com seus deslizes.

Um novo horizonte

Horizon Call of the Mountain tem cerca de oito horas de duração e coloca o jogador no papel de Ryas, exímio alpinista, arqueiro e caçador da tribo dos Carjas das Sombras. Seu objetivo é encontrar seu irmão, perdido nas montanhas, além de entender o que está levando máquinas que ocupam o local a se comportarem com uma forma mais agressiva.

Horizon Call of the Mountain é um dos destaques do PS VR2 (Foto: Thiago Barros/Reprodução)
Horizon Call of the Mountain é um dos destaques do PS VR2 (Foto: Thiago Barros/Reprodução)

Cronologicamente, a narrativa se passa entre duas das missões de Horizon Zero Dawn, e sim, Aloy faz uma aparição especial. A história começa meio lenta, mas melhora com o passar do tempo. Bem no começo do jogo, que aliás, funciona como um belo tutorial das possibilidades do PS VR2. Inclusive, este é um dos mais interessantes pontos altos do jogo: as possibilidades que ele permite ao jogador para customizar sua experiência de uma forma que ela seja agradável.

É possível, por exemplo, jogar em pé ou sentado. Escolher entre movimentar-se com gestos ou usando os botões do controle. Optar por rastreamento dos olhos, controlando os menus assim, por exemplo, ou usar algo mais tradicional. Sem falar nas varias opções de dificuldade e acessibilidade, criando uma experiência à maneira do jogador.

E não importa como você escolha seguir sua jornada, é certo que ficará impressionado com a imersão e os gráficos – um salto absurdo em relação ao primeiro PlayStation VR. Os primeiros minutos, que são mesmo uma introdução do jogo, parecem um simulador da Disney. Ainda mais com o elemento da vibração – funcionando perfeitamente tanto no headset quanto nos controles Sense.

introdução de horizon call of the mountain
introdução de horizon call of the mountain é como estar na Disney

Ao mesmo tempo, a clara preocupação com fazer com que o título seja uma porta de entrada para muita gente à realidade virtual faz com que ele tenha menos batalhas do que poderia. Horizon Call of the Mountain tem como um dos principais pontos positivos os combates, porém eles são momentos em que talvez os “efeitos colaterais” do PS VR2 mais possam ser notados.

Horizon Call of the Mountain: vale a pena?

As lutas são super divertidas, usar o arco e flecha (com direito até a flechas elementais) é muito bom e a sensação de recompensa após concluir uma luta é das melhores que já senti nos games. Só que é impossível não ficar nem um pouquinho enjoado e/ou suado após um confronto com as máquinas.

Para evitar que isso fosse uma constante, a Guerrilla optou por dar mais tempo de gameplay à exploração e às escaladas – que, não entendam-me mal, são bem construídas, dinâmicas, desafiadoras e divertidas. Até o momento, após algumas horinhas, em que você e seus braços não aguentam mais fazer os movimentos. Agrada bastante a verticalidade adicionada ao jogo, mas ela é exagerada.

horizon call of the mountain
horizon call of the mountain tem batalhas épicas

Horizon Call of the Mountain está disponível para PS VR2 por R$ 299,90. Se você já adquiriu seu headset, é possível testar o game antes de efetuar a compra, baixando uma demo gratuita na PS Store. Vale fazer isso, mas é bem provável que os jogadores curtam. É o primeiro título de grande expressão do aparelho e, mesmo com alguns defeitos, é uma experiência bem bacana.

Resta torcer para que seja só a primeira de muitas. O potencial está ali, e todos os elementos do novo headset parecem acrescentar bastante e gerar todas essas possibilidades para as desenvolvedoras. É um começo bem animador desta nova geração da realidade virtual de PlayStation.

Veredito

Horizon Call of the Mountain
Horizon Call of the Mountain

Sistema: PlayStation VR2

Desenvolvedor: Guerrilla Games

Jogadores: 1

Comprar com Desconto
80 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Ambientação impressionante
  • Combate bem construído e fluido
  • Comandos imersivos e interessantes
  • Diversas opções de jogabilidade
Desvantagens
  • Ficar escalando toda hora é meio chato depois de um tempo
  • História demora um pouco para engrenar
  • Faltou mais ação
Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
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Jogando agora: Avatar: Frontiers of Pandora
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.