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Neil Druckmann: “estou orgulhoso da série de The Last of Us”

Criador do game e produtor-executivo da série falou sobre temática por trás da história de Joel e Ellie

por Thiago Barros
Neil Druckmann:

A série de The Last of Us estreia no próximo domingo, e o produtor-executivo do show, Neil Druckmann, que também é o criador do game e co-presidente da Naughty Dog, não poderia estar mais orgulhoso. Em entrevista ao Washington Post, ele falou sobre o processo e as inspirações para o projeto sair do papel.

Segundo Druckmann, a ideia do show é de mostrar exatamente o que estava no centro do jogo: não a história de uma infecção, como a pandemia de COVID-19 (que ele revelou ter sido a causa da morte de um familiar), mas sim de uma relação humana. Dos sentimentos que pais e filhos têm, que podem ser lindos e também extremamente traumáticos.

“Na primeira vez que falei de The Last of Us na Naughty Dog, foi sobre amor. Sobre como o sentimento da paternidade gera isso de uma forma única, capaz de ser responsável pelas melhores sensações do mundo, mas também pelo maior medo do mundo, que todo pai tem, de perder um filho. E quando você cresce, é o inverso, que é um pouco do que nós tentamos mostrar em The Last of Us Part II”, destacou.

Segundo ele, este espírito foi mantido nas série de The Last of Us. Algo que só foi possível graças a muito trabalho dos envolvidos na produção, mas também no material de origem vindo da Naughty Dog.

“Quando olhamos pro mundo de hoje, o amor é a fonte de coisas muito lindas, e também justificativa para algumas que são horríveis. E isso sempre esteve no centro da nossa história em The Last of Us. Levamos isso também para a série, e estou muito orgulhoso do trabalho que fizemos, na Naughty Dog e na HBO”, comentou.

Naughty Dog merece crédito pela série de The Last of Us

O executivo, inclusive, diz que uma das coisas que ele mais gosta de fazer atualmente é de ver a paixão de quem quer trabalhar na Naughty Dog e da equipe que lá está. De acordo com Druckmann, este é um dos segredos para o grande sucesso que a companhia tem. Além, claro, da inovação.

“O que aprendi nos últimos anos é que as pessoas fazem seus melhores trabalhos quando sentem paixão. Se não fosse esse o caso, eu estaria trabalhando no Crash Bandicoot 17 agora, mas a Naughty Dog entendeu que todo mundo ficaria cansado de fazer a mesma coisa, mesmo que todos amassem Crash. Então, eles foram para Jak & Dexter, que foi mais um sucesso. Depois, para Uncharted, que foi um baita risco, porque saiu totalmente da característica da empresa, e foi outro sucesso. Aí fizemos nosso primeiro jogo para uma audiência mais madura, com Uncharted 2, depois The Last of Us veio…”, explicou Neil.

Ele também teve que arriscar com The Last of Us Part II e destaca que esse traço foi importante para a saga chegar ao patamar em que está hoje, com uma série de The Last of Us para estrear na HBO.

“Para mim seria muito mais fácil fazer outra aventura de Joel e Ellie, tentando recriar uma fórmula que deu certo e só seguir, mas acho que isso prejudicaria nosso processo. O que eu quis recriar com a sequência foi isso, o processo, não aquele resultado. É preciso tomar alguns riscos. Conversamos muito e chegamos a algo que gostamos. Como artistas, não podemos pensar só no lucro máximo, mas sim em alcançar uma boa audiência e fazê-la gostar do seu trabalho, e então ir para o lado de negócios da coisa e poder evoluir sua empresa, contratar mais gente e seguir se esforçando ao máximo para tudo dar certo, e é neste ponto em que estamos agora”, concluiu.

Na mesma entrevista, Neil Druckmann revelou ainda que está muito interessado no storytelling de Elden Ring, e que esta é uma inspiração ele dele levar para a frente. Inclusive, a série de The Last of Us deve ter algumas sequências em que o foco não é no diálogo.