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Sophstar: vale a pena?

Jogo resgata raízes do estilo shoot’em up e se destaca com inovações

por Jean Azevedo
Sophstar: vale a pena?

Sophstar, jogo desenvolvido pelo estúdio brasileiro Banana Bytes, receberá ports para PS4 e PS5 no dia 28 de outubro. A equipe do MeuPlayStation teve a oportunidade de se aventurar de forma antecipada no game, que surpreende com inovações para o gênero shoot’em up.

A versão oferecida para nosso site foi a de PS5. Durante os testes, não foram encontrados problemas de desempenho ou crashes. Sem interações com o DualSense, o gameplay ainda foi bastante positivo, mas esse título pode enfrentar alguns problemas para conquistar o público.

Iniciando sua jornada em Sophstar

Em Sophstar, os jogadores controlam Soph, uma habitante de Galanian que não lembra como foi parar lá. Ela atua como a Segunda-tenente de uma equipe de exploração e combate, e desconhece a origem de seus superpoderes de teletransporte.

Em um belo dia, um planeta desconhecido e misterioso se aproxima da órbita de Galanian, e a protagonista é escalada para a missão. Ao longo do gameplay, conforme os jogadores superam as fases (são oito cenários diferentes), eles entendem mais sobre o passado da habilidosa guerreira especial.

Soph em Sophstar
(Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

A narrativa pode ser concluída rapidamente, mas depende de sua habilidade. O jogo conta com seis modos de dificuldade, e no Intermediário, contando as falhas para chegar ao final de cada um dos cenários e recomeços desde o primeiro ato, levamos cerca de 3h.

O game conta com desfechos diferentes de acordo com o desempenho do jogador. Então, fique ligado quando escolher sua nave preferida antes de embarcar na aventura, pois elas contam com habilidades distintas e interessantes para se encaixar no seu estilo de jogo — falaremos sobre isso no próximo tópico.

Com inovações no gênero, gameplay é desafiador

Para trazer um shoot’em up que chame a atenção, é preciso ter algo diferente na jogabilidade, e a Banana Byte não deixou a desejar nesse quesito. 

O gameplay de Sophstar é relaxante, apertar X para mandar bala e usar seus poderes de teletransporte no R2 é um convite para ficar horas sentado e explodindo inimigos.

O diferencial de Sophstar aparece ao apertarmos “O” com cada uma das nove naves do jogo. O estúdio elaborou uma habilidade específica para cada uma delas, e essa vantagem pode ser usada como estratégia para atingir placares maiores de acordo com seu estilo de jogo.

Ao longo das fases, os jogadores somam pontuações por eliminar inimigos e ao coletar os fragmentos verdes e power-ups deixados por eles. Esse score pode ser comparado com o de outros players online. Claro, quanto maior a dificuldade selecionada, mais pontos são obtidos — algo bastante justo.

Para superar os desafios de Sophstar, o jogador tem três tentativas por vida — ou seja, nove chances para terminar seu percurso, já que são três vidas por sessão. Ser atingido pelos projéteis inimigos é fatal e desconta uma “ressurreição” da nave. O player escolhe se prefere voltar do início ou gastar o recurso para continuar de onde parou.  

Conforme avançamos nas fases, Sophstar se torna desafiador. No melhor estilo “bullet hell”, fica um pouco complicado sobreviver às investidas inimigas, mas os poderes de cada uma das naves entrega as ferramentas necessárias para se virar bem.

Outro ponto positivo para a Banana Bytes: os chefes (e os mini-chefes que aparecem ao longo do gameplay) foram muito bem feitos e entregam a sensação de superação quando derrotados. Eles chegam a ficar apelões em um certo ponto — o jogo até deixa de ser “relaxante” nessas horas.

Modos de jogo para todos os gostos

Se você é daqueles que curtem terminar a parte narrativa do jogo e posteriormente visitar o game para quebrar seus próprios recordes, Sophstar será muito bem-vindo à sua coleção. Além do Modo Arcade, onde conhecemos a história de Soph, há outras quatro alternativas para desfrutar.

Sophstar modo de jogo
Modos contam com cenários padrões para o jogador ter que se preocupar apenas em atirar (Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

A “Escola de Cadetes” te colocará para testar sua habilidade em 60 desafios diferentes. Conforme progredir com boas pontuações, o jogador libera mais objetivos para serem feitos.

Já no “Ataque de Placar”, sua missão é entregar o maior placar possível eliminando máquinas adversárias em um intervalo de 2 minutos. A experiência aqui foi a mais divertida dentre os demais modos disponíveis.

Outra alternativa é o “Desafio por Tempo”, que ao invés de colocar os pilotos de naves para obter grandes pontuações, testa a habilidade de sobrevivência de cada um deles.

Por último, temos o Modo Infinito, onde com apenas uma vida, Sophstar aumentará o nível de dificuldade conforme você progredir pela fase — sua tarefa, novamente, é alcançar o maior placar possível.

Uma homenagem a Santos Dumont

Dentre as nove naves disponíveis em Sophstar, uma delas chama a atenção. Santos Dumont, cientista e inventor brasileiro conhecido como o “Pai da Aviação”, é homenageado com um dos modelos in-game, este bem-parecido com o 14-Bis produzido pelo aeronauta.

14-Bis em Sophstar
(Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

Quem completa alguns objetivos com ela ainda garante o troféu “Hoje não, irmãos Wright” — americanos que julgam ter feito o primeiro “objeto mais pesado que o ar e que pudesse ser controlado”, mas o deles precisava de uma catapulta, enquanto o de Santos Dumont já funcionava de forma semelhante aos atuais e alçou voo “sozinho”. 

Dumont em Sophstar
(Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

É possível editar a rotação da tela

Inicialmente, a tela de exibição de Sophstar não ocupa a tela inteira e toda a ação se concentra em uma pequena seção no meio da mesma. Os jogadores podem rotacionar essa exibição para um modelo horizontal e escolherem a opção de dimensionamento — se preferirem tela cheia ou seguir no modo “janela”.

rotação de tela Sophstar
(Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

Talvez o estilo de jogo não encante muitas pessoas

Apesar de inovador e carismático, Sophstar não é um “jogo para audiências modernas”. O gameplay é bastante equilibrado e a narrativa é muito bem inserida no contexto, mas isso não é o suficiente para prender os jogadores.

Mesmo com os demais modos disponíveis, outras propostas podem chamar a atenção dos fãs de jogos de nave. Claro que há espaço para diversos games no mercado, e vale destacar o fato de a Banana Bytes ter produzido algo único.

Outro problema fica na questão da apresentação na tela. Mesmo com a opção de rotacionar para uma exibição horizontal, o produto passa um ar de “jogo para smartphone”. Causa estranheza.

Sophstar Game Over
(Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

Sophstar: vale a pena?

Se você é fã de jogos no estilo shoot’em up vale bastante. As mecânicas de jogo de Sophstar são interessantes, o gameplay é relaxante (até certo ponto) e, por ser um título brasileiro, ele está totalmente localizado em PT-BR (só não espere vozes, pois não há dublagem em momento algum).   

Jogabilidade e narrativa fazem uma boa conexão, e mesmo o game não sendo uma proposta atrativa para uma audiência maior, a Banana Bytes provou ter qualidade para entregar ainda mais diversão nos consoles PlayStation.

Veredito

Sophstar
Sophstar

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Banana Bytes

Jogadores: 1

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80 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Gameplay relaxante (até certo ponto) e não é repetitivo
  • Naves feitas para se adequar aos diferentes estilos do jogador
  • Totalmente em PT-BR
  • Chefes bem construídos
Desvantagens
  • A exibição é de um jogo para smartphone
  • Apesar de não ser repetitivo, jogo não consegue prender a atenção do jogador
Jean Azevedo
Jean Azevedo
Redator
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Jogando agora: EA Sports FC
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