NBA 2K23: vale a pena?

NBA 2K23 é o Michael Jordan dos games de basquete.

Em um ano marcado por homenagens ao maior de todos os tempos, a 2K Sports não decepcionou. Das lindas capas até o modo dedicado a recriar as partidas de maior destaque da carreira do lendário ala-armador do Chicago Bulls, passando por melhorias de gameplay e novos modos de jogo.

https://www.youtube.com/watch?v=HTrwNlJ_k9c

Pode-se dizer, com tranquilidade, que este é o melhor jogo da história da série – e também está no topo da lista dos títulos de esporte em geral. Ah, se não fossem o exagero de microtransações…

Uma nova era

Não, o editor não “ganhou para falar isso”. Não, o MeuPS não é “vendido”. O jogo é bom mesmo. Muito. E, não, não é “a mesma coisa do ano passado”.

Muita coisa mudou. A começar pela jogabilidade. O sistema de arremessos foi reconstruído – e está bem mais punitivo agora, o que não necessariamente vai ser algo bom para todos. Parece que, enquanto a maioria dos jogos de esporte vai no caminho de ser mais acessível, NBA 2K23 fica mais hardcore.

Só sair correndo, driblando e querendo enterrar não vai adiantar. Só abrir pra arremessar de longe também não – a não ser que você treine muito para pegar exatamente o timing dos arremessos. A impressão que dá é que o jogo está, de certa forma, mais inteligente. Mais exigente também.

Em termos de apresentação, o jogo possui menus mais sóbrios e modernos, uma trilha sonora espetacular (como de costume) e aquela ambientação já famosa, com ginásios recriados fielmente e jogadores mais ainda. E, nesse ano, sim, o jogador do PlayStation 5 se sente na nova geração.

Seja pela parte gráfica, seja pelos carregamentos mais rápidos. Especialmente durante a jogatina no MyCareer, enquanto anda pela renovada The City (bem menor, mais assertiva e linda), é possível notar o quanto o SSD do PS5 faz enorme diferença. Tem até viagem rápida (rápida mesmo)!

É uma nova era. Ah, e por falar em eras…

Reescrevendo a história

NBA 2K23 traz a maior inovação de um jogo de esportes nos últimos anos – e, talvez, da história. O modo MyNBA, que permite toda a personalização da liga da maneira que mais agradar o jogador, agora tem opções diferentes de iniciar sua jornada em quatro eras.

Nos Anos 80, 90, 2.000 ou atual mesmo. Isso é espetacular. Já pensou iniciar nos anos 80 e draftar Michael Jordan para outro time? Ou fazer, nos anos 90, uma troca para pegar Kobe Bryant? É reescrever a história da NBA de um jeito jamais visto — e extremamente divertido.

Especialmente porque você já sabe quem vai dar certo, né? Dá para começar lá atrás, nos anos 80, e se planejar para tudo o que vem por aí, criando dinastias, juntando jogadores épicos e muito mais. E o mais legal é que tudo segue como era na época que você escolher. Logos, quadras, regras e até a transmissão.

Conceito esse que é levado para a cereja do bolo de NBA 2K23. É claro que iria ter um modo especial de Michael Jordan no Ano 23, e é uma ode ao maior de todos os tempos. Além de recriar os jogos principais da carreira dele, você vai ser convidado a assistir um mini-documentário sobre eles.

Se no Eras você pode reescrever a história, no Jordan Challenges vai revivê-la. Pense assim: é como se um fosse um remake e o outro um remaster. Cada um mais divertido do que o outro.

Moedas da discórdia

As microtransações, porém, desanimam. Evoluir um personagem no Modo Carreira é praticamente impossível sem gastar um dinheirinho. Dá, mas precisa de um grind daqueles. Jogar, jogar, jogar, sem parar.

Montar uma equipe no MyTeam é mais ou menos a mesma coisa. Por um lado, acaba sendo levemente mais fácil, por haver mais recompensas e chances para buscar as moedas próprias do MyTeam dentro do modo em si, mas para ter os jogadores mais fortes mesmo, é bem provável que você vá comprar as tais VCs.

Esse ponto acaba fazendo com que os dois modos, que também são incríveis e viciantes, acabem deixados um pouco de lado pela galera que só quer mais brincar ali, se divertir e ponto. Agora, para quem se dedica mesmo, joga online, etc, sem dúvidas vai ser uma baita experiência. Como de costume.

Só que sempre com esse ‘porém’ do dinheiro real. O que é uma pena, porque não é algo novo, se repete todo ano e aparentemente não deve acabar tão cedo. Afinal, é lucrativo para a 2K Sports. E o ponto aqui nem seria julgar a presença desse tipo de compra. Só o seu exagero.

NBA 2K23: vale a pena?

Essa é a melhor experiência que a 2K Sports já criou na franquia de basquete. E isso quer dizer alguma coisa. NBA 2K23 vale muito, sim. Mas só para quem tem grana para investir e é muito fã do jogo. Para quem vai perceber as diferenças e gastar umas boas horas nele.

A variedade de modos de jogo é ótima, há diversos elencos para você testar (da WNBA também) e o game oferece bastante diversão. Só que o lado financeiro, claro, pesa. Principalmente para quem não abraça a NBA como um dos principais hobbies. Para esses, é melhor esperar uma promoção.

O jogo já não é barato, custando R$ 299,99 para PS4 e R$ 349,99 para PS5 na PlayStation Store, e você ainda tem que desembolsar uma grana para comprar moedinhas para evoluir seu personagem no MyCareer ou montar um time que possa competir no MyTeam? Peraí, né?

Outros pontos a serem levados em consideração é que o servidor brasileiro, por um lado, ajuda bastante na conectividade dos jogos online, mas por outro é bem mais vazio do que os americanos. É difícil demais encontrar gente para partidas na The City ou até amistosos mesmo no PS5. E, claro, a falta de localização.

No fim das contas, é um baita jogo, mas as microtransações fazem com que ele não alcance todo o seu potencial. Uma pena. Poderia ser um 10/10.