Call Of Duty: Black Ops III: Vale a pena?
Desenvolvido pela queridinha Treyarch, Call of Duty: Black Ops III chegou ao PlayStation 4 carregando a responsabilidade de ser o melhor CoD dos últimos tempos. Após as escorregadas de Ghosts e Advanced Warfare, o game chegou com toda pompa necessária para recuperar o prestígio outrora perdido.
Só o nome Black Ops já carrega um enorme fardo, uma vez que franquia é a mais bem sucedida da série, tanto em público quanto em vendas. Será que o terceiro capítulo conseguiu suprir as expectativas?
Esta análise foi desenvolvida por três redatores diferentes, com isso queremos repassar uma visão mais ampla de todo game. Estamos inaugurando este modelo híbrido para, justamente, tentar ser o mais abrangente possível ao carimbar um game com um selo de “recomenda-se”.
Daniel Donizetti
“Goste….i…o problem…a é o LA….G”
Black Ops traz consigo boas lembranças de dois excelentes títulos anteriores. O terceiro chegou ao PS4 carregando uma grande responsabilidade: continuar o legado, entretanto os desenvolvedores optaram por rumar em direção a novos horizontes, ignorando referências do passado.
O enredo de Black Ops III não faz quase nenhuma referência aos anteriores, deixando aqueles que desejam uma continuação, um pouco confusos. Na verdade, a narrativa em si coloca os jogadores em meio a um turbilhão de informações e dúvidas.
Explorando um futuro carregado de alto tecnologia, o game insere os jogadores em combates frenéticos e intensos, como sempre foi característico da série, entretanto, a narrativa é superficial e pouco empolgante. Em vários momentos os personagens são lançados em tiroteios sem maiores contextualizações, tornando tudo algo meio sem sentido.
O ponto positivo fica pela possibilidade de se aventurar pela campanha com outros 3 amigos. Isto torna a história menos enfadonha e também a inserção de uma espécie de lobby, onde é possível configurar armas, explorar colecionáveis e personalizar o personagem, mas não salva a campanha do fracasso.
BO III começa a brilhar quando explorado em seus modos online, a começar pelo Zombies, que é quase um jogo a parte. Nele os jogadores irão enfrentar hordas de zumbis e terão que sobreviver, custe o que custar. Para isto, contar com um bom trabalho em equipe e com utilização correta de itens e munição são requisitos fundamentais.
A princípio, é oferecido um único grande mapa chamado de Shadow of Evils, onde os jogadores são apresentados aos personagens: Nero Blackstone (Jeff Goldblum), Jessica Rose (Heather Graham), Jack Vincent (Neal McDonough) e Floyd Campbell (Ron Perlman). Juntos, o grupo deve ir abatendo os zumbis, fechar passagens, abrir portões e desbloqueando novas áreas.
Experimentar o Zombies com amigos conhecidos é bastante divertido, empolga e propicia bons momentos, todavia o estúdio também peca pela mesmice. A fórmula é bastante conhecida de todos que irão se deparar com poucas novidades que fazem jus ao renome do modo de jogo.
É no multiplayer online que Black Ops III mostra, ou tenta mostrar, a que veio. As partidas online continuam divertidas, recompensadoras e muito bem balanceadas. Mesmo aqueles que não são familiarizados com o game, logo se adaptam ao estilo de gameplay e após algumas partidas já conseguem pegar algumas kills.
A grande novidade fica por conta dos especialistas. Diversas classes que podem ser exploradas de várias formas. Cada uma detém uma habilidade que propicia pequenos momentos de vantagens, seja através de uma arma potente como o arco e flecha ou lanças gravitacionais, estes especiais são ótimas adições que servem como uma variação interessante.
Ainda no MP, os mapas são todos muito bem construídos, favorecendo o enfrentamento e os combates diretos. Apesar de alguns serem um pouco mais abertos, a grande maioria são pequenos, com diversos atalhos, caminhos estreitos e com locais propícios para se utilizar a ótima adição de wallride e o pulo quase-duplo. Ao contrário de Advanced Warfare, BO III insere suas habilidades futuristas de forma mais suave e divertida.
Em relação aos modos de jogos, são aqueles tradicionais que todos os veteranos da série já estão acostumados. Sem mais.
Mas, o grande problema de BO III está relacionado ao LAG. Até a publicação desta análise, experimentar o game da Activision estava exigindo dos jogadores boas doses de paciência. Em dado momento é necessário desligar o console e ir fazer outras atividades, tamanho o stress com a dificuldade em encontrar salas que permitissem um gameplay fluído.
Sendo CoD um título essencialmente focado em multiplayer, este problema contribui significativamente para uma experiência não muito agradável.
Em resumo, Black Ops III oferece uma campanha descartável, um modo Zombies divertido mas que pode enjoar com o tempo e um multiplayer intenso e recompensador, quando funciona corretamente.
Tatiane Inês
“Devolva meu Hype, Treyarch…”
Após os desafetos vividos em Advanced Warfare sobre os problemas nos servidores e as inovações que não agradaram ao público, Call of Duty: Black Ops III tinha sobre os “ombros” uma responsabilidade dupla: preservar a boa fama da franquia Black Ops e fazer com que os jogadores se esquecessem dos problemas antes vividos.
A Treyarch apostou em algumas novidades que foram bem recebidas como as diversas classes dos especialistas, as habilidades especiais de cada um deles, o discreto exo que não dava “superpoderes” aos jogadores, melhorias na movimentação e jogabilidade e a campanha totalmente desbloqueada. Após um teste beta empolgante e de fazer brilhar os olhos, ao ser lançado, o título já contava com milhões de cópias vendidas e a certeza de que esse seria um dos melhores jogos de 2015.
Ao jogar a campanha, o início é bem interessante, principalmente se jogado com amigos. A história parece ser profunda e divertida e o visual agrada e surpreende com uma espécie de lobby interativo onde é possível implementar melhorias nas suas habilidades e armas, podendo ser acessado entre uma missão e outra. Após a terceira ou quarta missão o enredo parece perder forças e as missões se tornam cada vez mais repetitivas; você precisa estar determinado a terminar a campanha para não deixá-la de lado.
A grande maioria dos jogadores adquirem esse tipo de título pela atração que o modo multijogador traz: nada melhor do que jogar com outros jogadores com estilos diferentes e realizar várias baixas, ganhar vantagens pelas séries de pontuação.
Todo o brilho do multiplayer de BO3 foi apagado pelos inúmeros problemas nos servidores que o tornaram, na primeira semana, praticamente impossível de se jogar: a movimentação no mapa era comprometida na maior parte das partidas jogadas; ao andar, os personagens eram transportados para trás, as miras eram desviadas, as armas não se recarregavam e a trajetória das granadas, quando lançadas, completamente sem sentido. Situações completamente diferentes das vividas no teste beta.
Para não dizer que tudo está perdido, o modo Zombies pode ser jogado com seus amigos local, online e conta com organização de partida, garante muitas horas de diversão e luta pela sua sobrevivência e de seus ajudantes.
Call of Duty é um jogo que geralmente se joga o ano todo, justamente pelo seu conhecido e atrativo multijogador, e a impossibilidade de jogar este modo por causa dos diversos problemas enfrentados não o torna tão desejável e recomendado neste primeiro momento.
Não que seja um título que não valha a pena ser adquirido, mas não é justo gastar uma alta quantia em um lançamento em que o modo multiplayer, o ponto alto da franquia, não possa ser jogado. Que tal esperar pela solução dos problemas ou até uma promoção para garantir Black Ops 3?
Raphael Batista
“Aquilo que é quase o que você quer, mas não completamente.”
Call of Duty: Black Ops 3 é o novo título da franquia, agora, desenvolvido pela Treyarch. O estúdio prometia um jogo ambicioso, com uma campanha imersiva e elementos inovadores para os modos Multiplayer e Zombies. Porém, além dos sérios problemas técnicos no multiplayer, a desenvolvedora manteve o “mais do mesmo” criando um jogo bom, mas não o melhor da série.
A campanha que foi definida pelos produtores como uma experiência profunda, continua com a mesma pegada frenética de tiroteio e uso de habilidades cibernéticas, com algumas reviravoltas interessantes, mas ainda sim, com um enredo raso e pragmático, comum nas recentes histórias dos Call of Duty.
O trabalho realizado no modo zumbi merece destaque. O combate contra os mortos-vivos continua divertidíssimo, possuindo um nível desafiador com uma jogabilidade dinâmica devido aos superpoderes garantidos pelas balinhas de goma. A desenvolvedora acertou na produção, sendo este, o ponto alto de Black Ops 3.
O multiplayer é uma moeda de duas faces bem diferentes. Por um lado, temos a beleza dos mapas, a arquitetura dos cenários que permitem manobras rápidas e ágeis com seu exoesqueleto e combates intensos, além da inclusão dos “Especialistas”, classes específicas com habilidades únicas que incrementaram o multijogador, sendo uma adição excelente para o combate. Já o lado sombrio deste modo acontece pelo fracasso colossal da Activision na produção dos servidores online.
O demorado matchmaking, as partidas carregadas de LAGs, são bem frequentes neste modo de jogo, tornando-se praticamente impossível jogar. Essas falhas comprometem a experiência dos jogadores de modo decepcionante, levando muitos a desistirem de tentar e para tentarem a sorte de madrugada (momento em que os lags são quase inexistentes).
Call of Duty: Black Ops 3 continua com a mesma essência de seus antecessores, características que o mantiveram como uma franquia consolidada na indústria, porém, seu chamariz (multiplayer) sofre drasticamente com descuidos da Treyarch e a campanha não cumpriu tudo o que prometeu, tornando o título bem abaixo do esperado.