Call of Duty: Black Ops Cold War: vale a pena?
Série Call of Duty encerra a geração em grande estilo, honrando as tradições de Black Ops em Cold War
O último CoD dessa geração não poderia ser qualquer um. Por isso, Activision, Treyarch e Raven Software decidiram trazer a Guerra Fria para os holofotes, em Call of Duty: Black Ops Cold War. Um tema que até hoje é lembrado, pela “rivalidade” capitalismo x socialismo que volta é meia é levantada em discussões no mundo todo.
E o resultado é um jogo que consegue unir o frenesi dos famosos tiroteios característicos da franquia com um pouco mais de inteligência e espionagem – características do período histórico em que o mundo se dividiu entre as influências de Estados Unidos e União Soviética.
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Além, é claro, do multiplayer com aquela troca de tiros eletrizante que a franquia sempre teve. Mais do que inovar, Black Ops Cold War tenta reforçar as raízes da saga e aparar apenas algumas arestas para fechar a Era PS4 de forma bem honesta. Só poderia ter um pouco mais de conteúdo, e esperamos que isso aconteça no futuro próximo.
OTAN x Varsóvia
A primeira fase da chamada Guerra Fria começou após a Segunda Guerra Mundial. Os Estados Unidos criaram a aliança militar da OTAN em 1949, e a União Soviética, em resposta, formou o Pacto de Varsóvia em 1955. Os eventos de Black Ops Cold War são mais pra frente, no início dos anos 1980, com alguns flashbacks à década de 60.
A história é inspirada em fatos, e leva o jogador a locais como Berlim, Vietnã e, claro, a União Soviética (onde há uma missão muito bacana), porém é o próprio jogador que tem o poder de decisão em uma série de momentos. Por isso, o game tem múltiplos finais – além de sidequests – dando uma dinâmica à campanha – que apesar de curta (5 a 10 horas), é divertida.
Sua missão é encontrar um agente soviético chamado Perseus, que muita gente achava que era só uma lenda urbana. Assumindo o papel de um personagem chamado Bell, você vai passar por alguns plot twists muito legais nessas horinhas que dedicar ao game.
Todo mundo sabe que história não é lá o principal foco de quem joga CoD, mas vale a pena experimentar essa. Seja pela narrativa, pelas opções dadas ao jogador, pelas cutscenes com visuais incríveis (pena que no “dia a dia” mesmo, isso não é tão bom assim, especialmente nos cabelos) e até pelo próprio gameplay.
Com missões stealth e outras mais tradicionais da franquia, com o tiroteio nervoso de sempre, essa campanha de Black Ops Cold War só decepciona na duração mesmo. Sem dúvidas, poderia haver mais sidequests e investigações. Mesmo assim, como se tem múltiplos finais, dá para considerar um fator replay razoável.
Outro ponto que merece ser destacado é a personalização do personagem. Nome (apesar do apelido ser único, Bell), raça, passado como agente, gênero e até perks que podem ser customizados pelos jogadores como “traços de personalidade”. Sem falar na localização total para o português do Brasil, que é sempre bem-vinda.
Fogo cruzado
Agora, o que realmente interessa e faz Call of Duty bater recordes de vendas ano após ano – e mantém a galera focada e jogando até que seja lançado um novo título: o multiplayer.
Aqui, entram alguns detalhes importantes, como recursos que parecem extremamente avançados para um jogo no começo dos anos 80 (faltou um pouquinho da ambientação de WWII, por exemplo). Algumas armas até são da época, mas há bombardeios e ataques aéreos extremamente eficientes, além de tecnologias que parecem um pouquinho fora do lugar.
Outro ponto que incomoda um pouco, mas pode ser só uma opinião, é que não há aquele botão de “apoiar” a arma na hora de trocar tiros e a corrida com a arma para cima também não existe mais. Além disso, há menos mapas do que em MW 2, o que realmente é meio chato. Esperamos que haja mais conteúdo com atualizações futuras.
Fora isso, é praticamente a mesma coisa de sempre, tentando construir algo até sobre o que MW trouxe muito bem no ano passado (como a criação de classes, por exemplo). São os mesmos modos 6 x 6 e 12 x 12. A única novidade é o Fireteam, que permite montar um grupo de 4 pessoas e disputar partidas contra outras 9 equipes, num “Battle Royale” onde você não morre definitivamente.
É extremamente divertido e viciante. Especialmente porque o combate com armas está bem satisfatório, e os mapas são todos muito bem feitos, com variações interessantes e estimulando o combate. Exceto no Combined Arms, que tem versões maiores desses mesmos mapas, onde a ação parece demorar muito para acontecer.
A integração com Warzone também está lá, com conteúdo desbloqueado no battle royale indo para o jogo full e vice-versa, e também há uma nova pegada no modo Zombies. A história se chama “Dark Aether”, como uma sequência do Black Ops 4, e os jogadores encontram ali algo mais acessível do que antes. Se tornou um coop bem interessante para treinar e se divertir mesmo.
Black Ops Cold War: vale a pena?
Ritmo intenso, várias opções de armas e perks para maximizar o seu estilo de jogo, diversos modos diferentes… É a essência de Call of Duty. De Black Ops. Para quem gosta, sem dúvidas vale a pena.
Especialmente para quem pensa em comprar/já comprou um PS5 e vai garantir a versão Ultimate de Black Ops Cold War, que oferece esse upgrade para a próxima geração. Até para quem vai ficar no PS4, é mais um capítulo muito justo dessa franquia, que não é sucesso todo ano à toa, não é mesmo? Aliás, é bom lembrar: o jogo só está disponível de forma digital no Brasil.
Quando se fala em Call of Duty, os padrões normalmente são altos. Em Black Ops especificamente. É uma das “subfranquias” que mais atraem os jogadores de CoD, e Black Ops Cold War respeita isso. Honra suas raízes, adiciona uma pitada de inovação aqui e outra ali, e torna-se mais uma entrega competente da Treyarch, com a Reven Software e a Activision.
O décimo sétimo jogo da franquia de tiro mais bem sucedida da história dos games não decepciona. Vale a pena, sim!
Veredito
Call of Duty: Black Ops Cold War
Sistema: PlayStation 4
Desenvolvedor: Activision
Jogadores: 1-20
Comprar com DescontoVantagens
- História envolvente e com missões marcantes
- Multiplayer divertido e viciante como sempre
- Múltiplos finais e decisões que afetam na história
- Experiência no Modo Zombies é uma adição interessante
- Localização completa para o português do Brasil
Desvantagens
- Campanha extremamente curta (5-10 horas de duração)
- Gráficos são inconsistentes, especialmente nos cabelos
- Multiplayer não é tão ambientado na Guerra Fria